Seguradores entregam ao Presidente Lula propostas do Setor para o crescimento do País
O presidente Lula recebeu em audiência no Palácio do Planalto, na tarde desta quinta-feira, 7, uma comitiva de 20 conselheiros e diretores da Fenaseg, que foram entregar o documento O País, A Sociedade e o Mercado Brasileiro de Seguros, Previdência Complementar e Capitalização, contendo propostas e sugestões para o desenvolvimento sócio-econômico do País e, conseqüentemente, da atividade seguradora.
Depois de ouvir o pronunciamento do presidente da Fenaseg, João Elisio Ferraz de Campos, o presidente Lula, que estava acompanhado do Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse que o documento chega em hora oportuna, de definição de políticas e ações voltadas para destravar o País. Vamos analisá-lo e aproveitar as sugestões que forem pertinentes, afirmou, designando o ministro para ser o interlocutor com o mercado segurador.
João Elisio ressaltou, em seu discurso, que o documento não tinha caráter reivindicatório, porque tudo o que for bom para o País e a sociedade, consequentemente, será bom para o mercado segurador. Se houver mais segurança e saúde, se as pessoas viverem mais e houver menos acidentes de trânsito, tudo isso será bom para a sociedade e para o negócio do seguro, complementou.
Ele chamou a atenção do presidente Lula para o fato desses aspectos estarem presentes no estudo dos professores, revelando que quanto maior o IDH de uma população, maior a procura pela proteção dos seguros e previdência; quanto menor a desigualdade social de um país e melhor a sua distribuição de renda mais forte é o seu setor de seguros.
Trabalhamos, presidente, para oferecer às pessoas e suas famílias proteção contra riscos pessoais ou de patrimônios, além de termos um papel importante na formação de poupança de longo prazo, afirmou João Elisio, ilustrando com números suas afirmações.
O montante das reservas técnicas do setor, que constituem a poupança de longo prazo, exemplificou, já soma R$ 175 bilhões, e o das indenizações pagas anualmente, para reposição de bens, ou amparo a famílias beneficiárias de seguros de vida ou previdência, atinge R$ 36 bilhões. Para melhor compreensão do presidente Lula e de sua equipe do que isso significa, João Elisio apresentou dados numéricos do seguro de automóveis e de saúde.
Ele disse que o seguro de automóveis pagou, no ano passado, 2,2 milhões de ocorrências, ou seja, cerca de 6 mil por dia. Só em reposição de veículos chegou a 250 mil, o que dá, mais ou menos, 690 unidades por dia. As oficinas mecânicas receberam, pela realização de reparos, R$ 3,2 bilhões, referentes a 5,4 mil indenizações por dia. No tocante ao seguro saúde, foram indenizados, em 2005, 107 milhões de procedimentos, no valor total de R$ 7 bilhões.
Temos certeza de que a nossa atuação tem um impacto positivo no desempenho do setor automobilístico e no segmento de serviços de saúde privada, não só no aspecto econômico, mas, principalmente, pela contribuição que dá à manutenção e criação de empregos. E isso acontece em todos os setores em que nossa atividade está presente, destacou o presidente da Fenaseg.
Referindo-se à característica do seguro de oferecer proteção e à preocupação do presidente Lula com as classes menos favorecidas, João Elisio disse que, a exemplo do Bolsa Família, seria possível criar um seguro de vida de baixo custo para amparar essas famílias, deixando a idéia para reflexão.
O presidente da Fenaseg reconheceu os avanços importantes que o mercado segurador fez no Governo Lula, graças a ações como a do Congresso Nacional, que manteve a decisão de o seguro de acidentes do trabalho poder vir a ser operado tanto pelo sistema público quanto pelo privado, e a do Poder Executivo, em encaminhar à Câmara dos Deputados o Projeto de Lei que flexibiliza o resseguro.
E também a medidas como a subvenção ao seguro rural na redução gradual do IR para a previdência privada e a redução do IOF sobre o seguro de vida também foram mencionadas como fundamentais. Medidas que, frisou João Elisio, precisariam ser ampliadas, pelo benefício que trariam, principalmente, para as pessoas que procuram proteção para os riscos a que todos estão sujeitos.
O presidente da Fenaseg ressaltou ainda que o mercado segurador sente-se honrado em operar um seguro como o DPVAT, de caráter eminentemente social, que protege todos os 180 milhões de brasileiros em caso de acidentes de trânsito.
Entendemos que essas decisões, como todas as mini-reformas que vêm sendo feitas na economia, merecem o nosso apoio e o nosso estímulo para que o Governo de Vossa Excelência continue a seguir esse caminho e faça as reformas estruturais necessárias para destravar a economia e promover o desenvolvimento do País, afirmou.
Finalizando, João Elisio sugeriu que, em favor da importância que o setor tem na acumulação e gestão de poupança, houvesse um único órgão regulador e fiscalizar para todos os segmentos de seguros e previdência.
Fonte: Fenaseg