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Seguradoras traçam os rumos do setor até 2015

Nos próximos dias, a Accenture divulgará os resultados da pesquisa “Indústria seguradora do Brasil – Visão executiva da situação atual e perspectivas para 2015”. O trabalho, que a Gazeta Mercantil antecipa com exclusividade, foi elaborado a partir de depoimentos de líderes das 25 principais companhias de seguros do País, cujo desempenho representa 90% da receita do setor – volume de quase R$ 70 bilhões em 2008 (sem considerar capitalização e saúde). Desenvolvido em parceria com a consultoria Rating de Seguros, do especialista Francisco Galiza, o estudo apresenta o olhar dos profissionais sobre desafios, questões estratégicas e projeções de crescimento expostas de maneira segmentada, sem falar nas preocupações que podem comprometer o desenvolvimento da indústria brasileira de seguros nos próximos seis anos.
Como a coleta de dados começou em outubro e novembro do ano passado, em pleno ápice da crise financeira, o cenário econômico mundial foi eleito pelos executivos como o principal fator negativo a influenciar os negócios até 2015. De 25 respostas, quase 20 destacaram o assunto. Os profissionais também estão ressabiados com os rumos da inflação e da política monetária como fator que pode se configurar em pedra no sapato para o negócio. “Num cenário de queda dos juros, as seguradoras têm sua margem financeira afetada e precisam buscar mais eficiência operacional para compensar”, analisa Silas Devai, executivo da Accenture e coordenador da pesquisa. O arcabouço legal do setor e o acirramento da concorrência também inquietam os diretores.
Por outro lado, a perspectiva de melhora da distribuição de renda do brasileiro é uma razão que influencia a atividade positivamente, indica a pesquisa. Os executivos também identificaram a oferta de novos produtos, a utilização de novos canais e a abertura do mercado de resseguros como pontos altos. Apesar do ceticismo, a expectativa de crescimento econômico é outro item considerado favorável. Para 70% dos participantes do levantamento, o faturamento do mercado segurador deverá manter a atual faixa de 3%, 3,5% em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) até 2015; 17% acreditam que a participação pode ficar entre 4% e 6%; enquanto outros 13% preveem que a contribuição do setor para o total de riquezas produzidas no País fique entre 6% e 8% no período.
Produtos e operações
A segunda parte da pesquisa da Accenture destaca produtos e canais de distribuição, com destaque para as apostas no crescimento dos microsseguros e dos planos de previdência privada e dos canais internet e corretores.
Mais de 70% das respostas apontam o prestamista (seguro de baixo custo para cobertura de calote em financiamentos) como o produto com as maiores chances de expansão nos próximos anos, seguido pelo seguro desemprego, garantia, vida, de ramos elementares e por títulos de capitalização. “É uma operação de baixo custo, mas complexa por seu volume elevado. Sem processos automatizados e eficientes a conta pode não fechar”, ressalva Devai.
Para produtos de pessoa física em geral, a pesquisa destaca crescimento maior das vendas de seguro de vida e planos de previdência privada até 2015, em detrimento das vendas das apólices de automóveis, que representam o segmento mais rentável do setor. “ÅUR medida que o mercado evoluí, os processos se tornam mais complexos, agregando novos componentes. Isso gera mais custos – caso do seguro auto. É mais barato trabalhar com vida e previdência.” Para empresas, os empresários veem expansão mais intensa em ramos elementares.
O estudo também aborda a questão da administração das despesas em todos os ramos da atividade de seguros. Na maioria dos casos, os executivos enxergam um tendência de redução de gastos até 2015, acompanhada de ampliação dos investimentos em tecnologia para corroborar essa diminuição e atingir melhor desempenho de subscrição de riscos e eficiência operacional.

Fonte: Gazeta Mercantil

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