Seguradoras estão prontas para Open Insurance
O setor de seguros está preparado para iniciar a primeira fase do Open Insurance, mas foi pressionado pelo cronograma apertado, disse nessa terça-feira (14) o presidente da Confederação Nacional de Seguros (CNSeg), Marcio Coriolano.
Pelo calendário apresentado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), a primeira fase terá início no dia 15 de dezembro.
Até junho de 2022, as empresas terão que compartilhar dados públicos, como canais de atendimento e produtos disponíveis, da mesma forma que ocorreu com o open banking. Não há nenhuma contrariedade com relação às permissões, pressupostos e objetivos do open insurance. O mais complexo não é a primeira fase, mas o que vem adiante, afirmou Coriolano, em entrevista a jornalistas.
Os projetos dos segmentos de seguros, bancos e investimentos formam o que se chama de open finance, ou sistema financeiro aberto.
Em todos os casos, o objetivo é permitir que o consumidor tenha acesso a uma oferta maior de produtos a preços competitivos.
O projeto de open banking, capitaneado pelo Banco Central (BC), já prevê, em sua fase 4, a entrada de segmentos como seguros, previdência e investimentos geridos pelas instituições financeiras.
As maiores seguradoras do país fazem parte de conglomerados bancários. Porém, como nem todas as empresas do setor distribuem produtos por meio dos bancos, a Susep ficou responsável pela regulamentação. O ineditismo da iniciativa é um complicador a mais. Sequer estamos tendo tempo de aprender com os erros e acertos do open banking, disse o executivo da CNSeg.
Coriolano também argumentou que há questionamentos em relação aos reais benefícios, frente aos custos de implementação. Além disso, o modelo é uma cópia do open banking, mas os produtos são muito mais complexos, distribuídos por canais diversos, e muitos deles passam por um processo de renovação anual.
Segundo a CNSeg, das mais de 80 empresas cuja participação no open insurance é facultativa, apenas duas assinaram o termo de adesão.
Em sua apresentação, os representantes da CNSeg também comentaram as mudanças regulatórias como um todo realizadas nos últimos anos pelo regulador, ainda sob a direção da economista Solange Vieira, que deixou recentemente o cargo.
A maioria delas visa a flexibilização para a criação de produtos. Embora intenso, o ambiente regulatório nos últimos dois anos sempre foi aberto ao diálogo. Eu tenho certeza que a continuação dessa gestão na Susep vai permanecer, disse o presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Antonio Trindade.
Substituto de Solange Vieira, Alexandre Camillo tomará posse na próxima quinta-feira (16). Camillo conhece profundamente a indústria, espero que evolua positivamente, acrescentou.
Fonte: NULL