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Seguradoras buscam evoluir para atender mercado aberto

O mercado aberto de resseguros do País completa hoje seis meses de operação, depois de quase sete décadas de monopólio do Instituto de Resseguros do Brasil, e a Superintendência de Seguros Privados (Susep) afirmou à Gazeta Mercantil que está fazendo a sua parte para azeitar o setor, com a admissão de até 40 companhias resseguradoras até o fim do ano, e que as seguradoras brasileiras precisam sair da acomodação e se apressar para atender às demandas do novo modelo de cobertura de grandes riscos, principalmente em suas rotinas operacionais.
O diretor do órgão responsável pela regulação da atividade, Murilo Chaim, disse que mudanças já podem ser notadas desde aprovação da Lei Complementar 126/2007, que garantiu a abertura do mercado em 17 de abril. Segundo ele, a Susep está se esforçando para autorizar a operação de novos agentes, a despeito de reclamações do mercado acerca da morosidade na avaliação e aprovação de pedidos para entrar no País. De acordo com uma fonte do mercado, há casos de grandes grupos resseguradores internacionais questionando o motivo da espera e se podem fazer colocações de resseguro apenas com o número de protocolo concedido pela Susep no ato da inscrição. Atualmente, 53 empresas, entre resseguradoras e corretoras de resseguro, receberam permissão e já operam em três níveis, local, admitida e eventual.
“Priorizamos os resseguradores locais, enquanto as empresas estrangeiras demoraram muito para entrar com a documentação, pois estavam com seus contratos com o IRB. O processo geralmente, mas nem sempre recebemos o material redondo”, conta Chaim, adiantando que a Susep está em vias de aprovar a operação de 32 grupos econômicos. “Mais de uma empresa de um mesmo grupo entra com um processo, estamos falando de umas 40 resseguradoras individuais.”
O diretor da Susep afirma ainda que as seguradoras brasileiras também tem um grande desafio pela frente. “O mercado estava muito acomodado com as operações no IRB. Ao mesmo tempo que queriam a abertura, as seguradoras vnão tinham muito claro a nova maneira operacional. As empresas começam a ter mais opção de contratos de resseguros, com muito mais opção de negociação e análise de risco mais severa.” Segundo Chaim, cada colocação passa ser customizada de acordo com a necessidade bdo cliente, a melhor solução, o melhor preço e a bqualidade dob player de resseguro. “Até então se o player não cobrisse um risco, o problema era do IRB, agora é problema da seguradora, que vai deixar os produtos de prateleira do IRB e começar a tirar proveitos de novos produtos e mais benefícios. Mas terá que aprender a operar na regra, desenhar um contrato de resseguro é uma arte que elas terão que se esmerar.”
Esforço do mercado
As empresas do setor, por sua vez, se esforçam para ficar à alturadas novas demandas. As grandes seguradoras, como SulAmérica, Unibanco AIG, Mapfre, investem uma estrutura interna já focada no resseguro e investem em treinamento, inclusive enviando profissionais para atuar no exterior. A Escola Nacional de Seguros (Funenseg), em parceria com a Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) já treinaram 1.517 pessoas em todo o País. “As seguradoras estão absolutamente seguras para operar no mercado aberto”, afirma Patrick Larragoiti Lucas, presidente da SulAmérica. O presidente da Unibanco AIG, José Rudge, informa que 30 funcionários da seguradoras fizeram cursos e tiveram experiência profissional nos Estados Unidos.
As empresas estão de olho em um mercado com amplo potencial de crescimento, que gerou R$ 3 bilhões em prêmios cedidos em resseguro, conforme dados da Susep. Executivos esperam que este valor aumente nos próximos anos com o lançamento de novos produtos e a ampliação de coberturas de risco. O IRB Brasil Re registrou R$ 1,548 bilhão em prêmios no primeiro semestre deste ano, crescimento de 9,47% em relação ao mesmo período do ano passado. Para Eduardo Nakao, presidente da resseguradora brasileira, “várias seguradoras estão bastante adiantadas em seus processos, algumas já conseguem procurar resseguradores diretamente no mercado externo”.
Nos seis meses de mercado aberto, a Marsh, uma das maiores corretoras de resseguros a atuar no País, fechou 43 apólices de resseguro, atingindo um volume de prêmios de aproximadamente US$ 50 milhões. As principais áreas cobertas foram engenharia, operacional, “liability”, “cash in transit” e terrorismo. “Está sendo um período de aprendizado na organização de operações e interpretação de procedimentos por parte das seguradoras. Já os segurados estão aprendendo a conviver com o mercado e iniciar processos com antecedência maior”, comenta Eduardo Marques, diretor operacional da Marsh.

Fonte: Gazeta Mercantil

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