Seguradoras brasileiras perdem no ranking de despesas administrativas
O Brasil está entre as últimas posições do ranking quando o assunto é a eficiência operacional, segundo pesquisa da consultoria multinacional everis sobre o mercado segurador brasileiro. De acordo com o estudo, o País apresenta uma diferença de 14% em relação aos países com melhores rateios (despesa administrativa divida pelo prêmio).
A pesquisa mostra que a França é a mais eficiente na porcentagem de gasto administrativo (custo para o giro do negócio) em relação ao prêmio, com 8,3%. O Brasil vem na oitava posição, com 22,35%, perdendo para seus vizinhos na América Latina: Colômbia (22,2%) Chile (21,66%) e Venezuela (21,3%).
De acordo com o estudo, caso houvesse uma diminuição de 5% nas despesas administrativas nas seguradoras do Brasil – atualmente estimadas e R$ 7 bilhões anuais, os benefícios seriam acrescidos de aproximadamente mais R$ 1,7 bilhão por ano.
A pesquisa aponta que os principais fatores que geram maiores gastos administrativos nas seguradoras brasileiras são sobreposição de funções, ferramentas inadequadas e processos ineficientes. Para Rafael Garrido, responsável pela área de seguros da everis Brasil, a crise financeira vai impulsionar as seguradoras para a necessidade de baixar suas despesas.
Com a tendência de queda nas taxa de juros, as empresas têm dee ser mais eficientes na suas operações, melhorando suas despesas administrativas, avalia o executivo. Segundo ele, com a redução das taxas de juros, as seguradoras não terão mais retorno financeiro que possa compensar seus gastos administrativos.
Garrido explica que durante muitos anos, o custo da mão-de-obra no País era muito barato, e por isso, as seguradoras não se interessaram em automatizar suas operações. Hoje, com as diversas fusões no mercado, as companhias precisam se adaptar às novas tendências e atualizar seus sistemas operacionais inadequados. A crise também traz essa necessidade porque aumenta o número de concentração no setor para fazer escala.
Segundo Garrido, as seguradoras devem fazer um plano de transformação em suas despesas operacionais para se tornarem mais competitivas, tornado seus preços mais atrativos. As companhias cada vez mais têm demandado esses tipos de transformações. A cultura deve mudar, finaliza.
Fonte: DCI OnLine