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Seguradoras americanas ampliam investimentos

Em meio a maior crise financeira em décadas, as seguradoras americanas resolveram apostar em outros mercados para recuperar parte das receitas perdidas com recessão nos Estados Unidos. O Brasil aparece como um dos principais mercados para a nova estratégia. O grupo Liberty ampliou os negócios por aqui e começou a operar na área de riscos especiais. A Assurant está trazendo R$ 60 milhões ao país e aposta no varejo e nas classes C e D. Já a Chubb abriu uma resseguradora e prepara o lançamento de cinco novos seguros, um deles inédito no país, voltado para as festas de casamento.
Em comum, essas seguradoras têm o fato de terem escapado dos problemas da crise nos EUA, que quebrou a AIG, a maior seguradora do mundo e levou outras tantas a pedir socorro ao governo. Mesmo a MetLife, a maior seguradora de vida dos EUA, que chegou a ter problemas financeiros em 2008, manteve seus planos para o Brasil e começou a operar em janeiro em uma nova área, a dental, oferecendo planos odontológicos. A MetLife acaba de abrir uma filial em Florianópolis e outra em São Bernardo do Campo e informou que não vai participar do programa de socorro do governo americano.
A Assurant Solutions, com faturamento de US$ 8 bilhões em 2008, é focada na venda de apólices por meio de parcerias com empresas (como varejo, bancos e energia elétrica). O objetivo é crescer pelo menos 30% este ano. A empresa mudou o comando no país, contratou executivos e traçou a meta de dobrar de tamanho no Brasil a cada dois anos, segundo o novo presidente Ricardo Fiuza. Na semana passada, foi autorizada a aumentar o capital em R$ 60 milhões.
Só de novas parcerias, a Assurant fechou no país 15 novos acordos desde que a crise começou, principalmente com redes regionais de varejo. “Nosso objetivo é oferecer seguros para uma classe de pessoas que não interessa a outras seguradoras ou está mal servido por elas”, disse ao Valor Craig Lemasters, seu CEO mundial.
Na Chubb, Acacio Queiroz, presidente e CEO da unidade brasileira, conta que o “board” da seguradora ficou animado com as operações no Brasil em recente visita ao país. Tanto que Queiroz foi convidado para fazer uma apresentação nos EUA para contar como vão os negócios por aqui. O privilégio é para poucos países, já que a maioria dos convidados pelo conselho da seguradora são de presidentes regionais.
Para 2009, os planos da Chubb são reforçar a atuação em alguns segmentos, como responsabilidade civil e veículos e trazer seguros inéditos ao país. Um deles acaba de ser lançado e é voltado para as festas de casamento. Chamado de “Casamento Seguro”, a apólice cobre os custos resultantes do cancelamento ou adiamento das festas, um “fenômeno de vendas” nos EUA e Europa, segundo a Chubb. A seguradora também prepara seguros para o segmento de transporte e um outro para carros abaixo de R$ 60 mil, com serviços diferenciados. Até agora, a seguradora só trabalha no Brasil com carros de luxo.
O grupo Liberty Mutual escolheu o Brasil para ser o primeiro país da América Latina a contar com sua divisão de grandes riscos, chamada de Liberty International Underwriters (LIU). O projeto da seguradora é disputar grandes apólices. Por isso, está trazendo capacidade extra de retenção de risco, que chega a US$ 125 milhões por contrato para os riscos do setor de petróleo e gás, químico e petroquímico. Danny Forsythe, CEO da LIU, destaca que o grupo ficou animado com as perspectivas para a economia brasileira e os projetos que devem acontecer no setor de infraestrutura. “Mesmo com a crise mundial, resolvemos investir no Brasil”, disse ao Valor.
Luis Maurette, presidente do Grupo Liberty no Brasil, fala que a seguradora também trará novos produtos para a área de riscos especiais, desenvolvidos pela matriz nos EUA. Segundo ele, os planos da Liberty é ser uma das cinco maiores seguradoras do Brasil, considerando os segmentos de vida e ramos elementares. Em automóveis, após a compra da Indiana Seguros, já é a sexta maior.

Fonte: Valor

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