Mercado de SegurosNotícias

Seguradora de banco deverá ir à Bolsa

Especialistas de mercado projetam a realização de Ofertas Públicas Iniciais de Ações (IPO, na sigla em inglês) das seguradoras de grandes bancos nacionais, como Bradesco e Itaú, para antes do grau de investimento nacional, esperado para o segundo semestre de 2008. Com a captação em Bolsa, as seguradoras dos bancos deverão obter valores entre R$ 3,5 bilhões e R$ 4 bilhões, dizem os analistas.
Há duas questões estimulando as ofertas de ações das seguradoras: a primeira seria a ampliação da concorrência desse segmento através de novas seguradoras entrando ao mercado nacional e dispostas a realizar processos intensivos de fusões e aquisições. Através do IPO, as seguradoras dos bancos estariam mais preparadas para enfrentar o capital trazido por empresas estrangeiras do segmento. O segundo ponto é a continuidade da queda da taxa Selic que estaria exigindo uma maior segmentação por parte dos conglomerados bancários, que teriam de investir em ramificações de suas operações como o mercado de seguros, que tem crescido no Brasil a medida em que a economia apresenta índices mais positivos.
A importância das seguradoras nos ativos totais dos bancos fica evidente ao se comparar os rankings de ativos com e sem operações de seguros e previdência.
De acordo com dados do Banco Central, o ranking nacional de ativos totais dos bancos sem essas operações – referente a valores consolidados até junho deste ano – é liderado pelo Banco do Brasil com R$ 332,9 bilhões. Em segundo lugar está o Itaú com R$ 248 bilhões, seguido pela Caixa Econômica Federal (CEF), com R$ 237 bilhões. O Bradesco vem em quarto lugar com R$ 236,7 bilhões. De acordo com os balanços dos bancos, se forem incluídos ativos dos negócios com seguradoras e da previdência, o Banco do Brasil continua em primeiro lugar por ativos totais, com R$ 340 bilhões, mas o Bradesco passa para segundo lugar, com R$ 290,6 bilhões e o Itaú para terceiro, com R$ 255,4 bilhões de ativos totais.
A Caixa Seguros é uma empresa independente da Caixa Econômica Federal e por isso os ativos totais da Caixa manteriam-se com os R$ 237 bilhões, o que a deixaria em quarto lugar nesse ranking. “O Bradesco já fez uma cisão e criou a Bradespar. Ele deverá fazer o IPO da seguradora também em breve pois esta tem uma participação grande no lucro total – cerca de 33%. O Itaú deverá seguir pelo mesmo caminho e captar através de IPO da sua seguradora”, diz Cláudio Gonçalves, especialista em finanças de empresas e mercado de capitais e membro da Associação dos analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais de São Paulo (Apimec-SP).
Ele explica que o governo tem caminhado para tentar desregulamentar o mercado de seguros, o que atrairia outras seguradoras e ampliaria a concorrência. “A desregulamentação tem que passar pelo senado e pelo congresso e deve sair dentro de quatro ou cinco anos. A legislação atual não permite que outras seguradoras entrem no Brasil”.
Gonçalves explica que os bancos estão bem capitalizados nesse segmento, que ainda tem muito espaço para crescer dentro do mercado de capitais. “Se o cenário macroeconômico continuar indo bem até mesmo bancos médios poderão abrir capital de seguradoras”, diz.
O advogado Alexandre Tadeu Navarro, especialista no mercado de capitais, explica que quanto mais a economia se fortalece maior é o investimento em seguros. “O mercado de seguros tem se desenvolvido muito no Brasil. A capitalização através do IPO é uma forma de se conseguir uma posição mais forte para enfrentar a chegada das grandes do mundo”. Segundo estudo da Economática, o setor de seguros presente na Bolsa somou lucro líquido de R$ 227 milhões no primeiro semestre de 2007, participando com 0,4% do lucro líquido total das empresas nacionais, que foi de R$ 64,6 bilhões. Ao mesmo tempo, o setor bancário apresenta o maior lucro líquido do País, com R$ 14,5 bilhões no semestre, representando 22,5% do total. As empresas de seguro SulAmérica, Minas Brasil e Marítima estão com pedido de abertura de capital em análise pela CVM e a Unimed afirmou em entrevista ao DCI que estuda a possibilidade de abrir capital. A Porto Seguro captou ao todo R$ 377 milhões com sua abertura de capital, em novembro de 2004.
“A crise pela qual passou o mercado recentemente poderá até mesmo estimular o processo de IPO das seguradoras de bancos, pois os investidores ficaram mais atentos às aplicações em segmentos novos”, diz o consultor de investimentos Ricardo Borges

Fonte: DCI OnLine

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?