Secretário e deputados discutem solução para as milícias
O secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, se reuniu na tarde desta quarta-feira (7) com os deputados estaduais Alessandro Molon (PT) e Marcelo Freixo (PSol)para tratar do caso das milícias no Rio de Janeiro. Neste último final de semana, dois confrontos envolvendo grupos de traficantes e milícias no subúrbio do Rio, mataram seis pessoas e deixaram oito feridas. Em Cordovil, o sargento Alex Sarmento Mendes foi baleado na cabeça. O motoboy Fábio Fernandes Rocha, de 29 anos, foi encontrado morto dentro de um carro abandonado na Rua Ibiapina.
O encontro durou cerca de duas horas. No fim, os parlamentares disseram que Beltrame é a favor de uma CPI para investigar as milícias que atuam nas favelas cariocas. Os deputados afirmaram que já conseguiram o número mínimo de assinaturas para instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito.
O secretário admitiu o crescimento maciço do domínio das milícias, em diversas regiões, nos últimos seis meses, mas garantiu que o serviço de inteligência da polícia sobre o caso está avançado. O futuro presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, Alessandro Molon, disse que o encontro teve a finalidade de discutir a invasão de milícias nas comunidades. “Viemos manifestar nossa preocupação com a grave situação das milícias e saber como está o andamento das investigações”, acrescentou o parlamentar.
Segundo o deputado Marcelo Freixo, o secretário disse se preocupar com a questão jurídica dessa investigação. “A inteligência está em um momento muito próximo de conclusão, mas precisa de uma ajuda do Judiciário para poder tipificar os crimes que seriam aplicados aos policiais”. Segundo o deputado, as penalidades seriam aplicadas, a princípio, por extorsão, formação de quadrilha, desvio de conduta e porte ilegal de arma.
A reunião foi considerada uma conquista para os parlamentares, já que o secretário reconheceu a importância dos deputados e da Comissão de Direitos Humanos da Casa nas questões de segurança pública. “O secretário está disposto a fazer um trabalho conjunto”, concluiu Marcelo Freixo.
Cabral quer punição aos policiais envolvidos
O governador Sérgio Cabral disse na tarde desta segunda-feira (5) que quer agir “contra qualquer tipo de ilegalidade, venha de onde vier, milícia ou tráfico.
O poder público não pode tolerar a ilegalidade. O poder público não pode tolerar o crime, qualquer que seja o tipo de crime, portanto, a minha orientação ao secretário, ao comando das policias é exatamente a repressão a qualquer tipo de ilegalidade. E repressão também com punição a qualquer policial que esteja vinculado a qualquer tipo de atividade ilícita, seja ela qual for”, disse o governador no Palácio Laranjeiras.
Fonte: G1
