Saúde

Saúde: produto acessível pode transformar mercado

O plano de saúde figura em sétimo lugar no ranking dos principais desejos dos brasileiros, segundo o levantamento do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), realizado pelo Vox Populi, conduzida entre 31 de julho e 17 de agosto, em oito regiões metropolitanas do país. Apesar do interesse, o alto custo e a falta de condições financeiras são impeditivos para se ter um plano de saúde.

Diante deste panorama, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) instalou, no início do ano, um sandbox regulatório, ambiente experimental supervisionado por um órgão regulador, para testar um novo produto de saúde que ofereça cobertura apenas para consultas médicas estritamente eletivas e exames com valor mais baixo, em torno de R$ 100.

Josafá Ferreira, corretor de seguros e diretor da União dos Corretores de Seguros do Brasil (UCS), destaca que, por ter um valor mais acessível, mais pessoas poderão se beneficiar de serviços de saúde preventivos e curativos, podendo melhorar a saúde e o bem-estar da população.

No entanto, de acordo com Ferreira, é preocupante que o preço possa ser muito reduzido para cobrir os custos reais de um plano de saúde de qualidade. “Isso pode levar a problemas de sustentabilidade para as empresas de saúde e comprometer a qualidade dos serviços oferecidos”, explica. Para o corretor, a ANS precisa garantir que os produtos sejam projetados para atender as necessidades de todos os benefícios, independente de sua condição de saúde.

O estudo indica que 38% dos participantes beneficiários se mostram interessados em ter planos de saúde nas condições oferecidas. Quanto a isso, Josafá Ferreira ressalta que o índice reflete uma tendência atual do mercado de saúde suplementar em que os consumidores estão se tornando mais conscientes e exigentes em relação à qualidade e aos benefícios oferecidos pelos planos de saúde.

De acordo com ele, os beneficiários estão procurando soluções que ofereçam benefícios relevantes e justifiquem o custo, especialmente em um contexto de aumento dos custos de saúde, norteadores inclusive pelo fenômeno da judicialização, ao qual todos pagam a conta. “Para atender às expectativas desses beneficiários, as operadoras de planos de saúde podem precisar se adaptar e oferecer soluções mais personalizadas e inovadoras, como planos de saúde personalizados com foco em bem-estar”, esclarece Ferreira.

O levantamento ainda salienta que os não-beneficiários de Porto Alegre (RS), Belo Horizonte (MG) e Brasília (DF) demonstram maior interesse em um plano de saúde com consultas e exames. Em relação a isso, o corretor evidencia que fatores, principalmente econômicos, podem influenciar a escolha por planos de saúde mais acessíveis e focados em serviços básicos. “A combinação de fatores econômicos, demográficos e culturais, juntamente com os Determinantes Sociais da Saúde, pode explicar a preferência dos não-beneficiários de por planos de saúde com consultas e exames, e ainda mais, não tão bem definidos”, pontua o diretor da UCS.

O sandbox regulatório dos planos de saúde mais acessíveis, com cobertura limitada a consultas médicas eletivas e exames, segue em fase de desenvolvimento. Em andamento, a iniciativa ainda não foi concluída e não tem planos disponíveis para contratação sob as condições oferecidas.

Josafá afirma que o novo modelo de planos de saúde pode ter um impacto significativo sobre os planos tradicionais de diversas formas. No entanto, os tradicionais também têm suas vantagens, como a vivência na experiência e infraestrutura. “Em resumo, o novo modelo de planos de saúde pode trazer desafios para os planos tradicionais, mas também pode impulsionar a inovação e a melhoria da qualidade dos serviços de saúde”, conclui Ferreira.

Fonte: CQCS

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