Salário dos ricos é até 23 vezes maior que dos pobres, diz Ipea
O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, apresentou nesta segunda-feira (23) um estudo que mostra a redução da desigualdade no país. Segundo os dados, a renda da parcela mais pobre da população cresceu 22% nos últimos cinco anos, enquanto a renda dos mais ricos cresceu 4,9%.
Pochmann avalia que os seqüentes reajustes do salário mínimo acima da inflação e os programas de transferência de renda tiveram impacto fundamental na redução da desigualdade.
O estudo leva em conta apenas as seis principais regiões metropolitanas brasileiras (Recife, Salvador, São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro). Nessas regiões, a renda dos mais ricos chega a ser 23,5 maior que a dos mais pobres. Mas essa diferença já chegou a ser de 27,3 em 2003.
“A base é a pesquisa de emprego do IBGE [Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística] em seis regiões metropolitanas, que representam 37,1% do PIB [Produto Interno Bruto] e 24,5% da população residente”, disse o presidente do Ipea. Segundo ele, a pesquisa parcial antecipa o que está acontecendo em outras regiões do Brasil. “É uma boa amostra do que está acontecendo no país.”
Índice Gini, que mede a desigualdade de um país, e varia de 0 a 1. Quanto mais perto de 1, maior a desigualdade; quando mais perto de zero, menor a desigualdade (Foto: Editoria de Arte/G1)
O levantamento feito pelo Ipea mostra a redução do índice de Gini. Esse índice, que mede a desigualdade de um país, varia de 0 a 1. Quanto mais perto de 1, maior desigualdade; quando mais perto de zero, menor desigualdade. Em 2002, o índice era de 0,53 ponto. No primeiro trimestre deste ano, o índice já havia recuado para 0,50 ponto.
Fonte: O Globo