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Salada com sabor é novo nicho para fast-food

Refeições recheadas com muito queijo, maionese, molho, rosbife, hambúrguer, além dos indefectíveis batata-frita e refrigerante, costumam ser a opção preferida das praças de alimentação em shopping centers. Mas, apostando que há consumidores interessados em pratos rápidos mais saudáveis, duas novas bandeiras de fast-food, a Seletti e a Salad Creations, chegam ao mercado oferecendo “saladas apetitosas”.
Somado, o investimento das duas empresas é de cerca de R$ 5 milhões. O plano é abrir 25 lojas até o final de 2008. A aposta não se baseia apenas no apelo cada vez maior da alimentação saudável, mas na tentativa de provar aos consumidores que é possível reunir sabor, praticidade e preço justo na mesma bandeja.
Enquanto isso, grandes redes de fast-food procuram afinar a sua imagem. Além de varrer a gordura trans do cardápio, que abriu espaço para saladas e até frutas, algumas empresas estão empenhadas em oferecer opções salutares. É o caso da água de coco que passou a integrar o menu do McDonald´s, onde as batatas fritas do McLanche Feliz também podem ser substituídas por um saquinho de “cenouritas do Ronald”. A Subway quer limitar, até o fim do ano, em até seis gramas a quantidade de gordura em cada lanche. Já o Bob´s promete lançar ainda este ano um novo item saudável, que prefere manter em segredo, por enquanto.
“As pessoas chegam à praça de alimentação e não têm opção de comer bem pagando pouco, o que abre uma lacuna enorme para iniciativas como a nossa”, diz Luis Felipe Campos, dono da bandeira Seletti. Ele abriu em março a sua primeira loja no Shopping Villa-Lobos, zona oeste de São Paulo. Sócio da rede de restaurantes Spoleto, Campos está saindo desse negócio para tocar o seu, ao lado da mulher, Ana Bia Campos. A idéia é ter 10 lojas próprias até o final de 2008, com investimentos de R$ 3,5 milhões. A próxima será aberta ainda este mês no Shopping Center Três, na avenida Paulista, na capital. A projeção é faturar R$ 8 milhões no primeiro ano. As franquias virão a partir de 2009.
“Temos hambúrguer vegetariano, preparado com carne de soja e ervas finas. Nos preocupamos em montar um cardápio que não rendesse o rótulo de ´natureba´ à loja, já que esse tipo de alimentação costuma ser associado a algo sem sabor”, diz Ana Bia. Com tíquete-médio de R$ 14, a Seletti vai além do tradicional peito de frango (que está no menu) e oferece truta, hambúrguer de calabresa, picanha, maminha e filé mignon para fazer “dobradinha” com as saladas. Nos temperos, espaço para óleo de canola, pimenta branca e sal marinho. Os acompanhamentos englobam itens como baião de dois, nhoque de agrião, mandioca assada e torta de linhaça.
No próximo dia 24, a Seletti ganha um concorrente com experiência internacional: a primeira loja da rede Salad Creations será aberta no Shopping Higienópolis, em São Paulo. Criada há três anos na Flórida (EUA), a empresa tem hoje 74 lojas em quatro países e está em plena fase de expansão. No Brasil, os sócios são quatro jovens empreendedores, com idade entre 26 e 22 anos, que estão investindo juntos R$ 1,2 milhão no projeto.
Diferentemente da Seletti, o objetivo da Salad Creations no Brasil é só ter uma loja própria. “Já temos três propostas de franquia fechadas, uma em Brasília e duas em Curitiba”, diz o sócio Alexandre Botelho, economista que até pouco tempo trabalhava para a Coinvalores. A empresa pretende somar 15 franquias até o final de 2008. O prato típico da Salad Creations – uma tigela de de 32 centímetros de diâmetro, recheada de folhas, com opção de kani kama, peito de peru, rosbife, atum, entre outros acompanhamentos – deve sair em média por R$ 16. “Foi preciso fazer adaptações ao menu americano, com a inclusão, por exemplo, de palmito, manga, damasco e mussarela de búfala”, diz Botelho.
A julgar, porém, pela audiência das saladas nas redes de fast food, a opção não tem sido das mais desejadas. Segundo Flávio Maia, diretor de marketing do Bob´s, as folhas verdes representam cerca de 4% das vendas. “Este percentual tem se mantido estável”, diz ele. Já na Subway, as saladas significam um pouco mais: entre 7% e 8% do faturamento, afirma a gerente geral da empresa, Anette Trompeter.
Segundo pesquisa recente feita pela Giacometti Propaganda, com 600 consumidores no Rio e em São Paulo, faltam opções de comida prática, saborosa, saudável e barata. Invariavelmente, os entrevistados “enfiam o pé na jaca”, comendo tudo o que têm vontade. Para, mais tarde, ficar com dor na consciência. Campos, da Seletti, confirma que os exageros vêm no fim de semana. “Nosso movimento é cerca de 30% maior às segundas-feiras”, diz.

Fonte: Valor

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