Roubo de carro faz seguro custar 57% mais caro
Elisa Campos, Diário de S.Paulo
SÃO PAULO – Moradores da zona leste estão pagando até 57% mais caro pelo seguro dos carros por conta do alto índice de roubo de veículos na região. Na região dos Jardins, área nobre, o seguro é o mais barato da cidade. Apenas o Tatuapé concentra 5% dos casos de furtos e roubos de carros monitorados por satélite da Grande São Paulo. Na Rua Cantagalo, que fica no bairro, pelo menos um veículo é roubado ou furtado por dia.
Entre julho de 2005 e junho de 2006, a cada 100 veículos segurados pela Indiana na zona leste pela empresa, 4,5 foram roubados. Na zona norte, o índice é de 3,1 roubos para cada 100 veículos. A seguir estão as zonas sul, com 2,6%; a zona oeste, com 2,4%. No centro, local menos visado pelos ladrões, esse número cai para 2.
De acordo com simulação feita pela Indiana Seguros, o seguro para um Fox 1.0, novo, fica em R$ 2.247, na zona leste. Já o segurado do Jardins, com o mesmo perfil, paga somente R$ 1.432, ou seja, uma diferença de 57%.
O engenheiro Alexandre Roldan, morador do Jardim Aricanduva, na zona leste, paga R$ 2.164 de seguro para seu Renault Scénic e R$ 1.409 para o Fiat Elba por ano.
– Acho o preço exorbitante. No caso do Elba, chega a ser 17% do valor do carro, hoje em R$ 8,5 mil – reclama.
Apesar de ser pesado para o orçamento, Roldan não cogita deixar de fazer seguro.
– Na rua de casa, a cada dois meses roubam um carro, não dá para ficar sem o seguro – afirma.
Jorge Martinez, diretor operacional da Indiana, diz que o seguro na zona leste pode ser até 60% mais caro do que em outros lugares, porque é a região com o maior número de roubos. Para ele, a zona leste é uma zona com mais rotas de fuga e menos policiamento.
– O número de desmanches é maior nas redondezas. A frota também é mais antiga, o que significa que menos carros têm sistema de alarme – diz Leoncio de Arruda, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo (Sincor).
De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), entre 2001 e 2006, o número de veículos roubados teve queda de 31,63%, mesmo com um aumento da frota de 17%, passando de 13,6 milhões para 16 milhões de carros. Mas por enquanto não houve redução nos preços em função disso. Na Indiana, segundo Martinez, em comparação com janeiro de 2006, o motorista paga em média 5% a menos.
Fonte: CQCS