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Rio, capital dos resseguros

Entidades empresariais, representantes dos governos estadual e municipal, do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) e da Superintendência de Seguros Privados (Susep) assinaram na última quinta-feira, na sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), protocolo de intenções para desenvolver um projeto para a instalação do Centro Internacional de Resseguros no Rio de Janeiro, que deverá se chamar Rio Resseguro.
Há dez anos se discute a instalação de um centro internacional de resseguros, que agora se tornou uma discussão viável e imediata porque houve a lei complementar que quebrou o monopólio de resseguros no Brasil e, de fato, a partir de janeiro do próximo ano começa a competição neste setor. Portanto, existe o interesse de resseguradoras do mundo inteiro se instalar no Brasil, comemorou a vice-presidente da ACRJ e presidente da Icatu Hartford Seguros, Maria Silvia Bastos Marques.
Segundo Maria Silvia, que na solenidade representou o presidente da ACRJ, Olavo Monteiro de Carvalho, existem muitos argumentos para a atração de resseguradoras nacionais e estrangeiras, como a tradição do Rio no setor e o fato do Município ser sede de órgãos, entidades e empresas, como a Susep, a Comisão de Valores Mobiliários (CVM), a Agência Nacional de Saúde (ANS), a Federação Nacional de Seguros (Fenaseg) e o IRB, além de ter um mercado grande e reunir importantes escolas formadoras de mão de obra especializada em seguro.
O Rio tem vantagens nos dois primeiros grupos e está empatado com São Paulo em relação ao mercado. São Paulo tem um mercado extremamente importante e o Rio também, mais concentrado em grandes empresas, acentuou Maria Sílvia. Ela citou como exemplo Companhia Vale do Rio Doce, Petrobras, Nuclebrás e Eletrobrás e lembrou também que vários fundos de pensão, como Previ, Petros e Valia possuem sede na cidade e seriam potenciais clientes de resseguro.
Com o fim do monopólio haverá mais oferta de produtos, ou seja, diferentes atividades poderão ser seguradas e resseguradas, como por exemplo vida, previdência, diversos tipos de riscos que hoje não podem ser ressegurados. O consumidor final passará a ter uma diversidade maior de produtos e com a vinda de novas empresas, nacionais e estrangeiras, ganhará também em relação ao custo do seguro e do resseguro, ressaltou Maria Silvia.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, o Pólo de Resseguros vai impulsionar a economia fluminense, gerando mais empregos e impostos para o Rio. Estivemos com o presidebte do Lloyd, que é a maior resseguradora mundial, que pretende vir para o Brasil e certamente para o Rio se estas regras que estão sendo discutidas em audiência pública forem adaptadas. A Susep quer atender o mercado de uma forma eficiente. Esse centro é a cara do Rio, um local de serviços. Podemos competir em melhores condições que qualquer outro lugar do Brasil, defendeu.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Júlio Bueno, afirmou que a maior preocupação, no momento, é que a regulamentação da lei permita a vinha de resseguradoras para competir no mercado brasileiro.
Seria muito ruim se as regras da regulamentação, de alguma maneira, fechassem o mercado. A legislação brasileira está acabando com a reserva de mercado e não tem sentido que haja qualquer observação para as resseguradoras se instalarem no Brasil, no Rio de Janeiro. A Susep propôs uma regulamentação e há´discussão em torno de depósitos a serem colocados no Brasil, isso faz parte do jogo. Há setores que precisam de resseguro e estão no Rio, o setor de petróleo é um grande exemplo. As plataformas de petróleo têm a operação de resseguro, então, se tivermos no Brasil resseguradoras com produtos de baixo custo, favorecerá as operadoras, argumentou Bueno.
O superintendente da Susep, Armando Vergílio dos Santos Júnior, disse estar disposto a fazer ajustes na proposta de regulamentação da lei, atendendo a sugestões do mercado. Ele diz que a expectativa é de que o mercado de resseguro, que representa 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) (dados de 2006), chegue a 6% ou 7% do PIB em 2010.
O Rio já é uma referência do mercado de seguros. Sabemos que existe uma tendência natural de quase tudo ir para São Paulo, por isso é importante a iniciativa para fortalecer a economia fluminense. Temos que ver agora quais serão os incentivos oferecidos pela Prefeitura em relação ao Imposto Sobre Serviço (ISS) para empresas corretoras de seguros e de resseguros, frisou.
Também participaram da solenidade de assinatura do protocolo de intenções o presidente do IRB-Brasil Re, Eduardo Hitiro Nakao, e o presidente do Sindicato das Empresas de Seguros Privados, Resseguros, Previdência Complementar e de Capitalização no Rio de Janeiro e Espírito Santo (Sindiseg-RJ/ES), Luiz Tavares

Fonte: Jornal do Commercio

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