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Responsabilidade social nas seguradoras

A pesquisadora Therezinha Vollú realiza hoje (28/05), na Escola Nacional de Seguros, a palestra “Responsabilidade Social Empresarial no Mercado de Seguros Brasileiro – Influências Culturais e Implicações Relacionais”. Graduada em Informática, mestre em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e com pós-graduação em Administração de Negócios com ênfase em Tecnologia da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ela vai apresentar as principais idéias de seu livro homônimo, lançado em setembro de 2007. O “Seguro em Pauta” entrevistou Therezinha Vollú, que contou detalhes sobre a palestra e a pesquisa que deu origem à publicação.
1) Conte-nos um pouco sobre a palestra.
É baseada no livro que leva o mesmo título – “Responsabilidade Social Empresarial no Mercado de Seguros Brasileiro – Influências Culturais e Implicações Relacionais”, onde eu analiso de que forma os aspectos culturais do nosso país se relacionam com a responsabilidade social empresarial nesse setor, e as implicações no relacionamento com os segurados. O livro é fruto da minha dissertação de Mestrado em Gestão Empresarial, concluído em 2006 na FGV e premiada pela Fundación Mapfre, da Espanha, com uma bolsa de pesquisa na categoria Risco e Seguro.
2) Onde entra a responsabilidade social no dia-a-dia das empresas do setor?
A responsabilidade social é um conceito muito amplo e que afeta a vida dos diversos atores que interagem com as empresas, direta ou indiretamente. O que acontece no setor de seguros é que a natureza da atividade fim desse mercado já traz em si preceitos de responsabilidade social. Afinal, o seguro se baseia numa relação de boa-fé, de solidariedade e de mutualismo (em que a pessoa paga não só para ela como para vários outros usufruírem dos benefícios que o seguro proporciona), e além disso, a atividade proporciona a proteção e estimula a prevenção.
3) Mas se todas têm isso como sua vocação principal, é possível fazer algo a mais?
Sim. Hoje já existem muitas ações desenvolvidas pelas empresas do setor que são relacionadas ao apoio a comunidades carentes ou de incentivo ao esporte, por exemplo. No que se refere ao relacionamento com o segurado, atualmente a qualidade no atendimento não é mais diferencial; já é considerada regra.
No entanto, fazer algo além do que está no contrato, que surpreenda positivamente o cliente e que ao mesmo tempo traga benefícios para a empresa, pode ser uma forma de exercer a responsabilidade social, de expressar a “pré-ocupação” com o outro, neste caso, o segurado. Um exemplo disso é quando uma seguradora presta socorro mecânico ao veículo de um não cliente. É bom para ambos: para o cidadão que é socorrido num momento de perigo e para a seguradora, que vincula seu nome à proteção e ainda pode estar minimizando possíveis perdas financeiras decorrentes daquele evento com o não cliente, como por exemplo, o veículo do não cliente, avariado e parado na estrada, poderia causar um acidente com um cliente da seguradora.
Outras iniciativas que contribuem para o bem-estar da sociedade e podem agregar valor à imagem das companhias são as iniciativas de prevenção de doenças e de acidentes de trânsito. Além disso, é fundamental a empresa ter o que eu considero uma estratégia intencional com relação às ações de responsabilidade social associadas ao negócio, pautadas no equilíbrio entre o econômico (o lucro) e o social (o bem-estar). Ou seja: que isso faça parte do planejamento e da elaboração de seus produtos e serviços.
4) Como foi a pesquisa?
O trabalho foi dividido em duas etapas: uma pesquisa bibliográfica e um trabalho de campo, no qual realizei um total de 24 entrevistas com executivos de seguradoras e corretoras, segurados, Susep e Fenaseg. Foram profissionais com média de 15 anos de experiência e todos muito receptivos à pesquisa, algo que superou minhas expectativas. Ficou claro para mim que o assunto é de interesse de todos os entrevistados e é motivo de orgulho para eles trabalharem em um setor que tem a responsabilidade social inerente à sua atividade fim, podendo ser exercida no dia-a-dia.
5) Essa é a primeira vez que você fala publicamente sobre esse tema?
É a segunda vez que realizo essa palestra. A primeira também foi organizada pela Escola Nacional de Seguros e aconteceu em novembro do ano passado, quando reunimos dezenas de funcionários de seguradoras, corretores e representantes do mercado de seguros em geral. No segundo semestre, a palestra será apresentada em Vitória (ES), no mês de setembro, em dia a ser confirmado.

Fonte: Escola Nacional de Seguros

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