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Relação comercial entre Brasil e Reino Unido é evidenciada em evento de seguros

Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), destacou, na abertura do Fórum Brazil UK, o papel vital do setor segurador na economia brasileira e as oportunidades de crescimento e inovação no mercado.

Segundo ele, o Brasil vem atraindo investimentos das maiores seguradoras e resseguradoras internacionais, refletindo um mercado moderno e em expansão. “Temos hoje cerca de R$ 2 trilhões em reservas técnicas, que representam 26% da dívida pública brasileira, uma contribuição relevante para o país”, afirmou Oliveira.

Ele ressaltou ainda o volume de indenizações pagas em 2023: “Recebemos mais de 60 mil pedidos de indenizações, que totalizaram R$ 6 bilhões, contra uma perda econômica estimada em R$ 100 bilhões. Esse é o nosso maior desafio: expandir o acesso aos produtos de seguro para que mais pessoas possam ter estabilidade financeira diante de momentos difíceis.”

Oliveira enfatizou também a necessidade urgente de o setor enfrentar os riscos climáticos. “Não há como escapar dos riscos climáticos; as seguradoras precisam estudá-los para oferecer soluções adequadas. A mudança climática chegou a um ponto crítico, com o aquecimento global atingindo 1,5°C. O setor de seguros tem um papel essencial na transição energética, e precisamos aproveitar a oportunidade que os riscos climáticos nos oferecem”, disse ele, ressaltando a importância da inovação contínua no setor.

Outro ponto prioritário, segundo Oliveira, é a segurança cibernética. “Estamos cada vez mais dependentes da tecnologia e colocamos nossa vida inteira no celular, acreditando que estamos seguros. No ano passado, o Brasil sofreu cerca de 8 bilhões de ataques cibernéticos. Precisamos desenvolver tecnologias que garantam a eficiência e a produtividade, mas também minimizem os riscos associados”, pontuou ele.

Para encerrar, Oliveira destacou a relevância da infraestrutura como terceira prioridade nas discussões do evento.

O novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal prevê investimentos de R$ 1,7 bilhão em diversos modais de infraestrutura no país, onde o setor segurador desempenha um papel fundamental. “Nenhuma obra ocorre sem a participação do setor de seguros. Estimamos R$ 5 bilhões em prêmios para o setor apenas com os projetos já mapeados pelo governo”, afirmou. “Trabalhamos para que o mercado de seguros esteja preparado para enfrentar esses desafios com parcerias internacionais, fortalecendo o intercâmbio entre Brasil e Reino Unido”, concluiu Oliveira.

O secretário-Executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, Gustavo Guimarães, apresentou o cenário macroeconômico do Brasil. Guimarães destacou as reformas estruturais recentes e a melhoria institucional que têm impulsionado o PIB e o mercado de trabalho. Ele também abordou desafios importantes, como a implementação da reforma tributária, o controle da dívida pública e medidas para fortalecer a competitividade do país. .

Em sua apresentação, o secretário chamou atenção, entre outros pontos, para o crescimento das vendas no varejo e da utilização da capacidade instalada da indústria, bem como para o tamanho do mercado brasileiro, tanto em termos de PIB quanto de PIB per capita, em relação a outros países emergentes. Os slides também destacaram que o desempenho do PIB vem superando as projeções do mercado.

Guimarães discorreu ainda sobre as principais regras e metas do Regime Fiscal Sustentável, sobre os desafios da transição demográfica e sobre a Estratégia Brasil 2050, que é o plano para o longo prazo do país.

Já do lado do Reino Unido, Cathryn Law, diretora de estratégia internacional e relações comerciais do Departamento de Negócios e Comércio do Reino Unido, destacou a importância do Brasil como maior parceiro comercial britânico na América do Sul e enfatizou as oportunidades de ampliação dessa relação bilateral.

Apesar de não poder comentar amplamente sobre o cenário econômico britânico devido à divulgação do aguardado Orçamento do Reino Unido no mesmo dia, Law reforçou o potencial de cooperação entre os dois países. “O Brasil é o maior parceiro comercial do Reino Unido na América do Sul. Temos fluxos consideráveis e que devem aumentar nos próximos anos. Como disse o embaixador Patriota, isso é apenas a ponta do iceberg e pode crescer ainda mais,” afirmou Law, mencionando também a recente visita de um secretário britânico ao Brasil, onde se encontrou com diversas empresas e com o ministro Geraldo Alckmin. “Ele voltou entusiasmado e elogiou muito o Brasil”, comentou.

Ela ressaltou que o crescimento é uma das principais missões do Reino Unido e que os serviços financeiros representam uma prioridade para o governo britânico. “O setor de seguros, especificamente, é muitas vezes subestimado, mas desempenha um papel essencial para a resiliência econômica, contribuindo com 32% do PIB da City de Londres, sendo que quase 70% dos clientes vêm do exterior,” explicou Law. “Esse setor contribui para avançar o crescimento econômico e desempenha um papel especial em relação aos riscos climáticos, que hoje representam um importante negócio para as empresas.”

O Reino Unido, de acordo com Law, possui vasta expertise em modelagens climáticas e na transição para zero emissões, o que confere ao país uma posição de destaque no cenário internacional. Ela apontou a convergência de interesses com o Brasil nesse tema, um dos grandes desafios globais. “As companhias britânicas têm muita expertise em modelagens climáticas e na transição para zero emissões. Sabemos que esses desafios também são prioritários para o Brasil”, comentou.

Law abordou ainda a importância do setor de seguros na mitigação de riscos climáticos e na construção de resiliência financeira para as nações, mencionando que o Reino Unido tem “apetite ao risco” para aumentar o acesso ao resseguro, o que pode reduzir os custos para os contribuintes. “O setor de seguros tem um papel muito importante para enfrentar as mudanças climáticas. Por exemplo, se aumentarmos o capital de resseguros em 1%, reduziremos em 22% os custos para os contribuintes,” disse Law, observando que muitos países estão buscando a liberalização dos resseguros para mais opções e economia.

Ela também destacou que os reguladores britânicos, em parceria com o Lloyd’s of London, estão focados em práticas que apoiem a conversão para uma economia de carbono zero. “Essa é uma mudança substancial, com foco no crescimento sustentável e na mitigação dos riscos climáticos,” concluiu.    

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