Redes de saúde investem mais em expansão
A área de saúde, mesmo com a previsão pouco otimista dos analistas para a economia em 2009, confirmam novos investimentos no mercado nacional, por acreditarem na forte demanda reprimida por serviços privados. Em Belo Horizonte (MG), a Unimed-BH – maior operadora fora do eixo Rio-São Paulo, afirmou que construirá uma unidade no segundo semestre deste ano, além de um hospital geral voltado para urgência com capacidade para 600 casos por dia.
Em São Paulo, o Hospital Israelita Brasileiro Albert Einstein e o Hospital Sírio-Libanês continuam obras, sendo que o primeiro entregará este ano um auditório para 500 pessoas e inicia obras de mais um prédio com novo centro cirúrgico e leitos: a construção da Unidade Ambulatorial de Perdizes e Higienópolis. Já o Sírio-Libanês deve investir R$ 115 milhões para ampliar o parque tecnológico e adotar um novo centro cirúrgico.
A Unimed-BH tem meta de manter 740 mil usuários e, se o mercado voltar a ficar aquecido, prevê angariar 10 mil novos usuários. A preocupação é com nível de empregabilidade, uma vez que grande gama de conveniados são de planos corporativos. “Se houver grandes demissões, muitos usuários não voltam a se filiar ao plano de saúde e pode haver baixa na carteira”, crê Adebal de Andrade Filho, superintendente de serviços da Unimed-BH.
Andrade Filho revela que este ano será inaugurado uma unidade na cidade de Contagem (MG). “Nesta nova unidade investiremos R$ 18 milhões para termos serviço de pronto atendimento e consultas com capacidade de 400 atendimentos por dia e 19 mil consultas por mês”. Além disso, em novembro próximo será entregue um hospital geral (voltado para urgência) com capacidade para 600 casos por dia. O custo total do empreendimento é R$ 70 milhões. “O hospital será completo, com centro de imagem e exames, além de 250 leitos para internação e 30 vagas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ele atenderá a região de Belo Horizonte, cerca de 16 cidades”.
No quesito tecnologia a operadora disse ter investido em um novo sistema de cadastro de pacientes. O executivo explica que o novo sistema de informática permitirá que toda ficha médica seja vista por qualquer médico da rede. Os valores não foram revelados. Aumento nos custos de insumos, por causa da alta do dólar, ainda não foram percebidos.
Sírio
Paulo Chapchap, superintendente de estratégias corporativas do Hospital Sírio-Libanês, explica que o orçamento de R$ 115 milhões servirá para ampliar o parque tecnológico e construção de um novo centro cirúrgico. “Mudamos a UTI de andar e este centro ocupará o lugar”, explica. Além de triplicar o setor de pronto atendimento haverá adição de 40 novos leitos (hoje são 320).
O executivo revela que o hospital trabalha na transformação das especialidades em centros avançados, como foi feito com o Centro de Cardiologia. “O mesmo deve ser feito com oncologia, ortopedia e principalmente nas especialidades de cuidado com os idosos – gerontologia”.
ChapChap disse que o hospital atuará com Parceria Público Privadas (PPP) e investirá R$ 4 milhões dos R$ 115 mi, no Hospital Menino Jesus. Ele explica que este modelo de PPP é um pouco diferente dos já existentes, pois o hospital já funcionava. “Assumimos desde outubro do ano passado e iremos fazer vários investimentos. Contudo, antes de assumirmos injetamos R$ 8 milhões”.
Esta verba serviu para reconstruir o Centro Cirúrgico, a ala de ultrassonografia, raios X e a construção de uma torre paralela para elevadores novos. “Com os R$ 4 milhões faremos uma área de informática, para aumentar a eficiência e leitos”.
Para aumentar a capitação do turismo de saúde, o Hospital Sírio-Libanês pretende desenvolver melhorias nas instalações. Paulo Chapchap, revela que 5% da receita da instituição é oriunda de pacientes internacionais. “Queremos desenvolver uma recepção e salas especiais, como funcionários que saibam vários idiomas e agregar serviço de concierge. Não estabelecimento metas para 2009, mas ao longo do tempo deve chegar entre 5% e 10%.”
O foco, segundo o superintendente está na América Latina, principalmente porque o hospital possui tecnologia em exames de radiodiagnósticos.
Einstein
No Hospital Albert Einstein, o principal investimento é na unidade do Morumbi, na capital paulista. De acordo com Claudio Luiz Lottenberg, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein “o investimento total da Unidade Morumbi é estimado em R$ 520 milhões”. As obras versam desde reformas até construção de quartos novos. Ele destaca que a instituição dará início a mais um prédio com centro cirúrgico e novos leitos – a construção da Unidade Ambulatorial de Perdizes e Higienópolis. Outro ponto é a entrega de um novo auditório com capacidade para 500 pessoas.
O Hospital Albert Einstein atende a mais de 50 especialidades, sendo cinco são consideradas estratégicas: neurologia, cardiologia, ortopedia, oncologia e transplantes. “Decidiu-se recentemente adicionar a cirurgia a este rol”.
Quanto o atendimento ao paciente internacional, que é responsável por 2% do faturamento total, a expectativa da instituição é dobrar este número . Para isto, aposta na melhora dos serviços e nas três certificações pela Joint Commission International, que de acordo com Luiz Lottenberg é requisito indispensável para a contratação da prestação de serviços com planos de saúde de outros países.
No quesito crise econômica, Lottenberg analisa que crises economicas apresentam baixa correlação com a demanda dos serviços do Einstein, pois saúde é ítem indispensável. Contudo “é necessário reconhecer que os contornos da crise não estão claros. Estamos submetendo à aprovação do conselho o plano diretor, em cenários alternativos. O desempenho financeiro será avaliado a intervalos mais curtos. Se os desvios forem relevantes serão ajustados”.
Grupos privados como a Unimed-BH e os hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein investirão grandes cifras este ano, com a proposta de aumentar a capacidade de atendimento.
Fonte: DCI OnLine