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Radiografia da previdência

O número de planos de previdência privada já supera os 7,6 milhões no Brasil, o que corresponde a cerca de 32% da população economicamente ativa do país, de 23,5 milhões, segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). O VGBL, apesar de mais novo – a regulamentação é de 2000 -, lidera em número de participantes, com mais de 3,1 milhões. O PGBL, disponível desde 1998, conta com 3 milhões de participantes e os planos tradicionais, com pouco mais de 1,5 milhão. Vale destacar que, nas estatísticas, um mesmo participante pode ser contado mais de uma vez se ele tiver mais de um plano.
Na outra ponta, a das pessoas que já estão recebendo o benefício, há 286,6 mil assistidos, sendo que a grande maioria é de planos tradicionais, até porque são mais antigos. Entre os participantes dos PGBLs, há 22,8 mil assistidos e nos VGBLs, apenas 1,1 mil.
No primeiro semestre, as contribuições para os planos de previdência atingiram R$ 15,3 bilhões, um crescimento de 23,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Os números, mais uma vez, foram puxados pela captação dos VBGLs, que cresceu 33%, para R$ 11,4 bilhões. Os PGBLs atraíram R$ 2,23 bilhões no primeiro semestre, o correspondente a um aumento de 8,2%. Os planos tradicionais, que não são mais vendidos, continuam recebendo contribuições. No primeiro semestre, no entanto, a captação caiu 6,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 1,6 bilhão. Os dados da Fenaprevi não consideram eventuais resgates dos planos no período.
O bom desempenho do mercado de previdência e também de vida, que inclui as coberturas de risco (como seguros de vida e acidentes pessoais), está associado à estabilidade econômica, avalia Renato Russo, vice-presidente da Fenaprevi, que participou ontem do IV Fórum Nacional de Seguro de Vida e Previdência Privada, em São Paulo. A queda da inflação, o crescimento da renda e sua melhor distribuição têm permitido ao brasileiro planejar o futuro, destaca o executivo, também vice-presidente de vida e previdência da SulAmérica.
Os planos de previdência individuais captaram R$ 12,2 bilhões no semestre, com expansão de 26,08% em relação ao mesmo período de 2007. Já os corporativos receberam R$ 2,13 bilhões em contribuições (alta de 4,9%). Os planos para menores continuam fazendo sucesso. A modalidade registrou captação 39% maior, até porque o volume ainda é pouco representativo – no semestre, a arrecadação somou R$ 959,9 milhões. No fim de junho, as provisões, representadas pelos recursos acumulados pelos participantes, somaram R$ 132,5 bilhões, um crescimento de 24% em relação aos R$ 106,8 bilhões registrados um ano atrás.
Para os próximos meses, a expectativa é de captação ainda maior do que os R$ 15,3 bilhões captados até junho. “O segundo semestre é sempre melhor”, afirma o diretor-presidente da Bradesco Vida e Previdência e vice-presidente da Fenaprevi, Marco Antonio Rossi. Além de a economia apresentar resultados melhores, o executivo destaca o impacto do pagamento do 13º salário, que eleva o volume destinado à previdência, o planeja- mento fiscal de fim de ano para reduzir o imposto usando o PGBL e as campanhas como a do mês de outubro, do Dia da Criança. “A captação dos planos para menores é três a quatro vezes maior em outubro do que o normal”, destaca.
Além do crescimento dos planos para menores, as empresas vêm notando uma demanda maior por previdência entre os jovens. Na SulAmérica, por exemplo, a idade média dos clientes de previdência recuou de 43 anos para 34 anos nos últimos sete anos, conta Russo.
No semestre, o ranking do mercado mostra que o Bradesco Vida e Previdência continua liderando a captação, com 35,06% do total arrecadado, seguida pelo Itaú (19,31%), Brasilprev (12,18%), Caixa (8,24%), Unibanco (6,83%), HSBC (4,33%), Santander (3,68%), Real Tokio Marine (2,96%), Icatu Hartford (1,77%) e Safra Seguros (1,05%). As demais seguradoras somam, no total, 4,59% da captação.
Se levados em conta os R$ 5,7 bilhões em prêmios de seguros de vida e acidentes pessoais registrados no primeiro semestre do ano, o mercado de vida e previdência teve um crescimento superior a 19%, atingindo R$ 21 bilhões de arrecadação. As reservas chegaram a R$ 144,4 bilhões em junho.
O Estado de São Paulo respondeu por mais de 50% da arrecadação entre os prêmios dos seguros de vida e a captação dos planos de previdência. Apesar da participação paulista ainda bem significativa, ela vem caindo. Em 2002, segundo a Fenaprevi, São Paulo captava quase 60% do total. O Rio de Janeiro aparece com o segundo maior volume de arrecadação, com 11,36% no primeiro semestre, acima dos 10,18% registrados no ano de 2002. O Distrito Federal também vem aumentando sua participação no mercado: passou de 1,79% em 2002 para 4,07% este ano.

Fonte: Valor

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