Quebra do monopólio pode inserir País nos mercados mundiais
O presidente da Escola Nacional de Seguros (Funenseg) e vice-presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros Robert Bittar, é uma das lideranças defensoras da quebra do monopólio da atividade de resseguros. “A abertura é uma das peças fundamentais para um novo impulso e para a efetiva integração do setor com os mercados mundiais”, disse o executivo nesta quinta-feira de uma semana que foi agitada pela aprovação na Comissão de Finanças da Câmara do projeto de lei complementar que abre o resseguro, pelo seminário internacional realizado sobre o assunto e pela divulgação dos resultados, até outubro, do IRB Brasil Re, cujo lucro líquido subiu quase 30%.
Na sua avaliação de Robert Bittar, a indústria de seguros brasileira ainda está muito abaixo do seu potencial. “O Brasil ainda está adormecido, mas poderá tornar-se um dos centros mundiais da atividade de seguros”, salientou. Para isso, ele entende, contudo, que o País precisa avançar nas reformas, inclusive no resseguro.
Ele reconheceu que o mercado de seguros avançou nos últimos 15 anos, ao falar no Seminário Internacional de Resseguros, realizado quarta-feira no Rio de Janeiro pela Funenseg, em parceria com a Federação Nacional das Seguradoras (Fenaseg). No mesmo momento, em Brasília, a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados aprovava o Projeto de Lei Complementar (PLP, 249/05), do Poder Executivo, que regulamenta abertura das operações de resseguros, mantendo o IRB como ressegurador local, com a denominação de Brasil Resseguros S/A, e transferindo as atribuições regulatórias para a Superintendência de Seguros Privados (Susep), papel que atualmente é exercido pela estatal.
PIB. Na opinião de Jorge Bittar, o seguro, ao lado das operações de previdência complementar aberta e de capitalização, que no início da década passada, contribuía com 2% na formação da riqueza nacional, deve chegar, em breve, a 4,5%, mesmo sem contar com a influência de um resseguro aberto. Para ele, ainda é pouco, considerando o potencial do País. Em países de economia mais avançada o seguro ocupa participação bem maior no Produto Interno Bruto (PIB).
No mesmo evento, que marcou os 35 anos de fundação da Funenseg, o diretor executivo da entidade, Renato Campos lembrou que, hoje, o setor está totalmente aberto para debater os assuntos relacionados ao resseguro. Ele destacou que os segmentos do mercado estão atentos à questão. “O grande interesse despertado pelo encontro foi mais uma prova disso”, disse. Como a quebra do monopólio é iminente, os segmentos do mercado, segundo ele, não querem ser pego de surpresa, bem como não querem enfrentar sobressaltos quando a abertura acontecer.
Lucro líquido do IRB vai R$ 284,9 bi
O IRB Brasil Re fechou os dez primeiros meses do ano com lucro líquido de R$ 284,9 milhões, 29,4% a mais do que o acumulado de janeiro a outubro de 2005. O faturamento da empresa no período foi a R$ 2,4 bilhões, crescimento de 2,6%.
O patrimônio líquido da estatal chegou a outubro com expansão de 10,6%, para R$ 1,770 bilhão. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido ficou em 19,18%, contra 15,96% registrado no ano passado, até outubro. Nos ativos totais, que também cresceram 10,6%, a empresa acumula R$ 4,788 bilhões e nas provisões técnicas, R$ 2,102 bilhões, alta de 8,9% frente a outubro de 2005.
A estatal também fechou outubro registrando lucro operacional, da ordem de R$ 514,7 milhões, 26,5% abaixo do contabilizado até outubro do ano passado, resultado afetado por fatores como a valorização do real frente ao dólar. Com as aplicações financeiras, a resseguradora computou o resultado financeiro positivo da ordem de R$ 101,8 milhões, ante o negativo de R$ 128,5 milhões em outubro de 2005.
As despesas administrativas, por sua vez, caíram 17,3%, de R$ 161,5 milhões para R$ 133,6 milhões. Os gastos com salários, encargos, benefícios e provisões foram 25,1% menores, recuando de R$ 123,6, até outubro de 2005, para R$ 92,6, até outubro último.
Já os sinistros pagos atingiram o montante de R$ 431,5, alta de 5,3% em comparação as indenizações de R$ 409,7 milhões pagas até outubro de 2005. Mas nos sinistros, o IRB registra R$ 620,1 milhões, 30% mais que os R$ 477,1 milhões contabilizados até outubro do ano passado, conseqüência dos recursos provisionados, que subiram 179,7%, para R$ 188,6 milhões.
Fonte: Segs.com.br