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Protestos e passado de glórias aumentam pressão sobre Seleção

Pressão porque o Brasil é o país que mais coleciona títulos. Pressão porque nunca ganhou jogando em casa. Pressão porque o mundo espera ver o Brasil vencer com estilo, jogando bonito.
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E, a mais recente, e para muitos a mais surpreendente, a pressão das ruas, que vem canalizando nos jogadores as frustrações com os gastos públicos excessivos com o torneio.
Na manhã de terça-feira, horas antes do amistoso da seleção contra o Panamá em Goiânia, manifestantes foram retirados à força da frente do hotel onde estava o time. Eles cobravam mais investimentos em educação. O protesto continuou horas depois, em frente ao estádio Serra Dourada.
No início da semana passada, a seleção se apresentou em meio a um clima de tumulto e protestos no Rio de Janeiro. Ao contrário de Copas anteriores, quando os jogadores eram recepcionados por torcedores eufóricos, o que se via em frente ao aeroporto internacional do Galeão eram faixas pedindo mais investimentos em serviços públicos.
As cobranças sobre a equipe pentacampe㠖 dentro e fora dos estádios – é o principal tema do programa de rádio The Burden of Beauty (O Fardo da Beleza, em tradução livre), cuja primeira parte vai ao ar nesta quarta-feira no Serviço Mundial da BBC.
Para o jornalista Juca Kfouri, que recebeu a equipe do programa em casa, em São Paulo, o Brasil terá duas Copas do Mundo.
“Uma dentro dos estádios e que será uma grande festa. E a Copa das ruas, que será tensa. O governo deverá estar mais preparado para controlar as manifestações do que há um ano, quando foi pego de surpresa. Mas, de qualquer jeito, vai ter protesto”, avalia.
Ainda para Kfouri, as manifestações populares revelam uma mudança no comportamento do brasileiro, tradicionalmente mais apegado ao futebol do que à política.
“Brasileiros reclamam muito mais sobre seus times do que sobre seus políticos. E esta foi a grande revelação da Copa das Confederações, quando os manifestantes tomaram as ruas. Os protestos simbolizam um despertar de consciência que estava enterrado por causa dos anos de ditadura”, afirma.
Mas a até que ponto o clima tenso das ruas pode aumentar ainda mais a cobrança sobre os jogadores e afetar seu desempenho dentro de campo?
Para Tim Vickery, especialista da BBC em futebol da América do Sul, a resposta pode estar no que aconteceu durante a Copa das Confederações, quando temia-se que os torcedores ficariam contra o time.
“Ao contrário, o que vimos foi um laço muito forte entre jogadores e torcedores. Aquele momento (na final contra a Espanha) quando os torcedores continuaram cantando o hino à capela e os jogadores acompanharam até o final foi muito forte”, relembra.
“A equipe quase se tornou representante não apenas dos fãs, mas também dos protestos. Vai ser muito interessante observar se isso acontece novamente na Copa do Mundo”, diz.

Fonte: http://www.bbc.co.uk

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