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Produção industrial cresce menos que o esperado

A indústria brasileira teve ligeiro crescimento de 0,1% na passagem de janeiro para fevereiro, depois de um recuo de 0,2% na produção no mês anterior, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de positivo, o desempenho do último mês frustrou expectativas de analistas de que o setor ajudasse na recuperação da atividade econômica de forma mais contundente neste início de ano. Pesquisa feita pelo Projeções Broadcast apontava uma expectativa de crescimento de 0,7% no mês.

Os resultados reforçam que o processo de retomada do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será lento, observou o economista-chefe da Icatu Vanguarda, Rodrigo Melo. “O cenário de crescimento lento reforça o afrouxamento monetário”, disse, prevendo que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve acelerar o ritmo de corte na taxa básica de juros, de 0,75 ponto porcentual para 1 ponto porcentual no encontro deste mês.

Numa avaliação mais dura, a corretora Gradual Investimentos diz que os dados da indústria confirmam o drama do setor e que seria ingenuidade tentar apontar bons indícios na pesquisa de fevereiro.

“Se observarmos a variação acumulada da série da produção física – ou seja, em termos reais por excelência -, teremos a péssima certeza que não saímos do lugar desde 2002”, apontou o economista-chefe da corretora, André Guilherme Perfeito, em relatório.

A indústria brasileira ainda opera 18,9% abaixo do pico de produção registrado em junho de 2013. A base de comparação depreciada ajudou a impulsionar os resultados da produção de bens de capital e de bens de consumo duráveis em fevereiro, disse o IBGE.

A fabricação de bens de capital cresceu 2,9% em fevereiro de 2017 ante o mesmo mês do ano anterior, enquanto a produção de bens de consumo duráveis saltou 19,8% no período.

Comparação. “A base de comparação do setor industrial, em especial para essas duas categorias econômicas, registrava taxas negativas mais acentuadas.

Os segmentos que tiveram queda importante no início de 2016 acabam tendo no início de 2017 uma expansão mais acentuada, como as atividades de máquinas e equipamentos, veículos automotores, produtos eletrônicos, máquinas e aparelhos elétricos”, justificou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

Em bens duráveis, houve expansão na fabricação de automóveis e eletrodomésticos, enquanto a produção de bens de capital foi mais puxada por equipamentos para o setor agrícola.

“Isso caminha na esteira dessa safra recorde esperada para este ano. Então, acaba tendo destaque importante para colheitadeiras, todo esse aparato para o setor agrícola”, lembrou Macedo.

A indústria havia recuado 11,5% no primeiro bimestre do ano passado. No primeiro bimestre deste ano, houve avanço de 0,3%. “O que tem de novo é que alguns segmentos importantes, alguns relacionados a bens duráveis, vêm de alguma forma melhorando seu nível de estoques. Mas a situação não está normalizada, o que faz com que um comportamento mais positivo num mês seja seguido por uma queda no mês seguinte”, ponderou Macedo.

Fonte: O Estado de São Paulo

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