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Produção industrial cai 0,8% em janeiro

A produção industrial brasileira registrou queda de 0,8% em janeiro, na comparação com dezembro, segundo divulgou nesta quarta-feira (13) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), eliminando a alta de 0,2% observada no mês anterior e indicando que o setor continuou mostrando fraqueza e perda de fôlego no início de 2019.

Trata-se do pior resultado em 4 meses, com destaque para a queda da produção de bens de capital e, portanto, da demanda por investimentos em máquinas e equipamentos.

Na comparação com janeiro de 2018, a queda foi de 2,6%, pior taxa para o mês de janeiro desde 2016 (-13,4%).

“O acumulado nos últimos 12 meses ficou em 0,5%, mantendo a perda de ritmo iniciada em julho de 2018 (3,4%)”, destacou o IBGE, em nota. Em dezembro, a indústria acumulava em 12 meses alta de 1,2%.

Considerando a média móvel trimestral, a produção industrial fechou janeiro 17% abaixo do ponto mais alto da série histórica, iniciada em 2002, que foi alcançado em maio de 2011.

“Mais do que voltar para o campo negativo, esse resultado [de janeiro] elimina o ganho que havia sido registrado em dezembro”, afirmou o gerente da pesquisa, André Macedo. Ele enfatizou que o resultado de janeiro tem um perfil disseminado de taxas negativas. “São 3 das quadro grandes categorias econômicas com resultados negativos”.

Na análise por grandes categorias econômicas, apenas a produção de bens de consumo duráveis cresceu (0,5%), eliminando parte da perda de 5,2% acumulada nos dois últimos meses de 2018.

A produção de bens de consumo semi e não-duráveis recuou 0,4% e a de bens intermediários teve variação negativa de 0,1%.

O pior desempenho foi da indústria de bens de capital (-3%), que registrou o terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando queda de 10,2% no período. Na comparação anual, a queda foi de 7,7%, a mais intensa desde outubro de 2016 (8,2%).

“A gente observa influência negativa dos caminhões, bens de capital agrícolas, bens de capital para fins industriais e de construção”, destacou Macedo. “Olhando de uma forma mais geral, isso está diretamente relacionado com as decisões de investimentos por parte do empresariado”.

De acordo com o IBGE, 13 dos 26 ramos pesquisados tiveram quedas na produção em janeiro, na comparação com dezembro, com destaque para produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-10,3%), indústrias extrativas (-1,0%), máquinas e equipamentos (-2,9%), celulose, papel e produtos de papel (-2,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-0,8%), outros equipamentos de transporte (-5,1%), couro, artigos para viagem e calçados (-3,2%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-0,5%).

Entre os destaques positivos do mês, houve alta na produção de produtos alimentícios (1,5%), bebidas (6,1%), outros produtos químicos (3,6%), produtos de metal (3,2%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (3,7%) e de produtos têxteis (4%).

A recuperação do setor, assim como a do restante da economia brasileira, segue em ritmo lento, com a atividade industrial ainda bem abaixo do nível pré-recessão.

O PIB (produto Interno Bruto) da indústria avançou 0,6% em 2018, registrando a primeira alta após 4 anos de retração. No quarto trimestre, entretanto, o setor perdeu fôlego e encolheu 0,3% na comparação com os 3 meses anteriores.

A mais recente pesquisa Focus realizada pelo Banco Central com uma centena de economistas aponta que a expectativa é de uma alta de 2,8% na produção industrial neste ano e crescimento de 2,28% do PIB em 2019, após alta de 1,1% em 2018.

Segundo levantamento da Fundação Getulio Vargas (FGV), a confiança dos empresários do setor subiu em fevereiro, atingindo o maior nível desde agosto de 2018, o que pode sinalizar uma expectativa de melhora nos próximos meses.

Fonte: NULL

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