Produção industrial cai 0,6% em junho
A produção industrial brasileira registrou em junho uma queda de 0,6% na comparação com maio, segundo divulgou nesta quinta-feira (1º) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o segundo mês seguido de contração do setor – em maio, a indústria teve queda de 0,1%.
Com os resultados de junho, a indústria brasileira operou em um patamar 17,9% abaixo do ponto mais elevado da série histórica, alcançado em maio de 2011.
Nos dois meses seguidos de perdas na produção, a indústria acumula queda de 0,7%. “Em comum para esses dois meses, além do resultado negativo, é o próprio perfil disseminado de quedas. Temos 17 dos 26 ramos industriais com quedas na produção. Por categorias econômicas, todas elas também acumulam queda na passagem de maio para junho”, enfatizou o gerente da pesquisa, André Macedo.
Bens de capital foi o ramo da indústria que mais perdeu em termos de patamar de produção, ficando 32,7% abaixo do seu pico de produção, registrado em setembro de 2013.
Houve piora em 17 das 26 atividades e em todas as categorias econômicas de bens intermediários, de consumo e de capital.
Acumulado no semestre
A indústria fechou o primeiro semestre deste ano com queda de 1,6% em sua produção. No primeiro semestre do ano passado, o saldo havia sido de um crescimento de 2,2%, seguido por uma estabilidade (0,0%) no segundo semestre.
“Especialmente a partir do segundo semestre do ano passado, a gente vê claramente que a produção industrial vem perdendo fôlego. Está claramente em um momento de desaceleração, e isso a gente percebe também quando observa os resultados trimestrais”, apontou o gerente da pesquisa, André Macedo.
Segundo o pesquisador, na comparação com o primeiro trimestre do ano, a indústria recuou 0,7%. Já na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a queda foi de 1%. Foi o terceiro trimestre seguido de quedas, já que na comparação do segundo trimestre de 2018 com o primeiro do mesmo ano, houve recuo de 0,6%.
Atividades e setores
Entre as atividades, a piora na indústria na passagem de maio para junho foi puxada principalmente pelas quedas em produtos alimentícios (-2,1%), máquinas e equipamentos (-6,5%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-1,7%), que representam, juntas, cerca de um terço da produção total.
“São segmentos importantes que precisam de uma demanda doméstica mais fortalecida e que são diretamente afetados por um mercado de trabalho ainda longe de uma recuperação consistente”, explica Macedo.
Ainda em relação ao mês anterior, houve perdas em todas as grandes categorias econômicas, sendo a mais intensa de 1,2% em bens de consumo semi e não duráveis. As demais taxas negativas foram em bens de consumo duráveis (-0,6%), de capital (-0,4%) e intermediários (-0,3%).
Ainda os efeitos de Brumadinho
Na comparação com os dados de maio, a indústria extrativa teve alta de 1,4%, em sua segunda taxa positiva consecutiva, interrompendo quatro meses de queda, quando acumulou uma contração de 25,6%.
Mas, na comparação com junho de 2018, o setor teve queda de 16,3%, ainda pressionado pelo rompimento da barragem de Brumadinho, em janeiro deste ano, que fez com que algumas atividades extrativas deixassem de funcionar ou o fizessem em ritmo menor.
Fonte: NULL