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Privatização pode impulsionar os negócios do IRB

O governo federal prepara os últimos detalhes da privatização de uma das suas mais antigas empresas estatais. Fundado em 1939, o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) deteve o monopólio do setor até 2007. Com a abertura à atuação de resseguradoras locais e estrangeiras, a companhia foi perdendo participação de mercado, mas ainda é líder absoluta.
Com receita de R$ 2,41 bilhões, sua arrecadação correspondeu a 66% do volume gerado pelas 14 empresas locais. A distância para a segunda colocada, a Munich Re, é muito grande, já que a empresa alemã detém fatia de 10%. Pelo critério de prêmio cedido considerando todas as 103 resseguradoras em operação no país, a participação do IRB, de 38%. O governo irá abrir mão do controle em favor do crescimento. “Buscamos maior agilidade, maior eficiência e, ao mesmo tempo, a preservação da solidez do IRB”, diz o seu presidente, Leonardo Paixão. 
O atual capital do IRB, de R$ 2,5 bilhões, torna possível à estatal assumir compromissos de resseguros de até R$ 15 bilhões. Após a privatização, ele poderá alavancar até R$ 50 bilhões. A privatização é o caminho para ampliar a capacidade do IRB em competir em segmentos de grandes riscos, como os vinculados ao pré-sal. “A privatização será muito importante e positiva para o país. Nossa intenção é mantermos nossa participação no IRB”, diz Marco Antonio Rossi, presidente da Bradesco Seguros, que hoje possui quase 21,2% das ações preferenciais da estatal.
A proposta é reduzir a participação do governo, por meio do Tesouro Nacional e do Banco do Brasil, de 100% das ações ordinárias (as que dão controle e direito a voto no Conselho de Administração) para 49%. Pelo programa de desestatização montado pelo BNDES, sabe-se que as ações preferenciais serão convertidas em ordinárias, operação que irá garantir poder de voto aos acionistas privados.
Concomitantemente, será feita oferta de ações ordinárias pelo valor unitário de R$ 2.577, destinada a aumentar o capital da instituição, reduzindo a participação do Tesouro e do BB aos 49% pretendidos. Depois disso, a parte do Tesouro será vendida ao BB. Atualmente, os acionistas minoritários do IRB são Bradesco Auto Re (21,2%), Itaú Seguros (15%) e BTG Pactual (2,7%). Estas instituições irão liderar o bloco de controle do novo IRB. Empregados e aposentados do IRB poderão adquirir as novas ações ordinárias em condições especiais, pagando por cada uma R$ 2.319,30. A eles serão reservados 10% do volume ofertado. Após a privatização, o passo seguinte é o da abertura da nova empresa ao mercado de ações.
Os especialistas veem com certa apreensão, porém, a demora na privatização. O próprio governo esperava ver concluída a privatização ainda no primeiro trimestre do ano. Mas o assunto entrou em banho-maria. O mercado atribuiu o atraso à uma ação do governo para não atrapalhar o IPO da BB Seguridade. Mas as preocupações do mercado são relevantes porque o processo de desestatização do IRB se arrasta há 15 anos.

Fonte: Valor

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