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Previdência privada: Plano para menores cresce acima da média do setor

A confiança no futuro da economia e a maior facilidade de acesso têm elevado de forma consistente o volume de reservas em planos de previdência para crianças. Segundo dados da Federação Nacional da Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), o saldo dessas carteiras atingiu R$ 5,46 bilhões em abril. A captação desses planos nos primeiros quatro meses do ano chegou a R$ 582 milhões, um terço acima do volume aplicado no mesmo período do ano passado. Os depósitos do segmento crescem acima do ritmo de todo o setor, que teve captação de R$ 9,8 bilhões no primeiro quadrimestre, 23% acima do mesmo período de 2006. Os números de captação da Fenaprevi não descontam os saques e consideram PGBL, VGBL, Fapi e os fundos antigos de previdência.
Esses planos costumam aceitar aportes menores – de cerca de R$ 50 -, por isso acabam atendendo a um número maior de participantes, explica Renato Russo, diretor da Fenaprevi e vice-presidente de previdência e vida da SulAmérica. Além disso, ele relaciona o avanço à maior preocupação de pais, avós e responsáveis com a formação dos menores. “No futuro, essas crianças serão pessoas com maior capacidade de poupança.” Além disso, o plano também desempenha um papel cultural e pedagógico, diz.
O investimento nesses planos cresce à medida que as pessoas têm mais certeza de que poderão usar os recursos para bancar a educação das crianças, diz Tarcísio Godoy, também diretor da Fenaprevi e presidente da Brasilprev. “Essa certeza ficou ainda maior após a conquista dos graus de investimento, que dão uma previsibilidade maior ao futuro da economia brasileira”, completa. “Cresce também a percepção de que educação tem muito a ver com expectativa de crescimento econômico.”
Esse avanço se alinha com uma constatação do levantamento global “O Futuro da Aposentadoria”, promovido pelo HSBC. Segundo a última edição do estudo, divulgada no mês passado, mais da metade dos brasileiros entre 40 e 79 anos pretende deixar como herança aos seus herdeiros principalmente conhecimento. Propriedade é, distante, a segunda herança mais importante para os pais.
Apesar do avanço mais rápido, a participação dos planos para menores no total do setor ainda é pequena. Os PGBL e VGBL juniores têm patrimônio de R$ 5,46 bilhões, enquanto todo o setor já atinge volume de R$ 127 bilhões, segundo a Fenaprevi.
A expectativa é também que novas regras a serem divulgadas em breve incentivem ainda mais esse avanço. Ontem, em evento em São Paulo com integrantes do setor, o presidente da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Armando Vergílio, sinalizou que está na agenda da entidade a criação de planos com condições especiais para planos voltados a educação e saúde. Os planos, por enquanto chamados de PrevEducação e PrevSaúde, são demanda da Fenaprevi, nos moldes do que existe nos EUA.
Esses planos, porém, exigem a criação de novos incentivos pela Receita Federal. A idéia é conceder mais benefícios tributários – além dos já existentes para o VGBL e o PGBL – a quem gastar o valor poupado com saúde ou educação. Pensa-se até em isenção total.
Segundo executivos, Vergílio teria dito que já mantém conversas com a Receita sobre o assunto e que planeja colocar a norma para a criação desses planos em audiência pública ainda neste ano. Se isso ocorrer, o mercado espera poder lançá-los até o fim de 2009. Procurado ontem, Vergílio não foi localizado pelo Valor.

Fonte: Valor

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