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Pressão do mínimo pode elevar inflação do ano

O reajuste do salário mínimo vai colocar pressão sobre o custo de vida. É o que sugere o mercado, que revisou as projeções para inflação, segundo dados do boletim Focus divulgados ontem pelo Banco Central (BC). Até a semana passada, a previsão era de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechasse o ano com alta de 4,85%. A estimativa atual coloca a carestia em 4,87%. Para 2016, no entanto, o movimento é o contrário. Antes, os agentes econômicos previam um crescimento de 6,40%. Agora, a expectativa é por um avanço menor, de 6,38%.

A perspectiva de uma pressão inflacionária maior este ano, apesar de uma desaceleração do custo de vida em 2016, fez o mercado prever que o impacto será do reajuste do salário mínimo. Com um aumento de 6,47% – acima da inflação projetada pelo mercado -, a tendência é que o ajuste sobre o rendimento base da economia carregue um efeito inercial sobre a carestia. Sobretudo na inflação de serviços, alertou o consultor Carlos Eduardo de Freitas, ex-diretor do BC.

“Não vejo outro movimento de choque inflacionário que não o do reajuste (do salário mínimo). Os preços no setor de serviços continuam resistentes, e esse ajuste só vai reforçar a pressão e preocupação de uma rigidez no mercado de trabalho”, ponderou. A regra atual, aplicada desde 2007, estabelece que o piso deve ser corrigido pela inflação do ano anterior mais o Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos atrás. Para os economistas, com aumento real do salário-base, pode haver resistente pressão sobre os preços.

Em decorrência da pressão inflacionária, Freitas acredita que a taxa básica de juros (Selic) deve permanecer alta por mais tempo. No entanto, ele não descarta que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC corte a tarifa referencial do mercado financeiro em 0,5 ponto percentual na próxima reunião, a ser realizada terça-feira e quarta-feira da semana que vem. Mesmo diante do movimento de alta do custo de vida, o mercado revisou a previsão da Selic de 10,50% ao ano para 10,25%.

Fonte: Correio Brasiliense

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