Poupança registra saque líquido R$ 40,7 bi em 2016
A caderneta de poupança registrou captação líquida de recursos de R$ 10,668 bilhões em dezembro, melhor resultado mensal desde o último mês de 2013. No acumulado do ano, no entanto, os saques líquidos somaram R$ 40,701 bilhões, fazendo deste o segundo pior ano da série histórica compilada pelo Banco Central, iniciada em 1995.
Em 2015, as retiradas na poupança haviam superaram os depósitos na caderneta de poupança em R$ 53,567 bilhões, marcando o pior ano da série estatística do BC. No ano anterior, a poupança atraiu R$ 24,034 bilhões, representando a menor captação líquida desde os R$ 14,186 bilhões de 2011.
O resultado de dezembro pode ser atribuído ao pagamento da segunda parcela do 13º salário. Em dezembro de 2015, a captação também fora positiva, ficando em R$ 4,789 bilhões. O recorde foi registrado em 2013, com a entrada de R$ 71,047 bilhões em termos líquidos.
Os fatores que explicam os saques acumulados em 2016 são os mesmos do ano anterior, como inflação elevada, aumento do desemprego, menor crescimento da renda do trabalhador e maiores gastos com tarifas. Mesmo após a redução para 13,75% ao ano da taxa Selic, esse patamar ainda tira a atratividade da caderneta de poupança, que perde em termos de rentabilidade para outros investimentos, mesmo considerando a isenção de Imposto de Renda.
A caderneta encerrou o ano com uma rentabilidade líquida de 8,3%, contra uma inflação projetada ao redor de 6,4%.
A captação líquida se soma ao rendimento de R$ 4,063 bilhões. Com isso, o patrimônio total da poupança subiu de R$ 650,260 bilhões em novembro para R$ 664,992 bilhões no mês passado. No ano, o patrimônio subiu R$ 8,4 bilhões, após ter caído R$ 6,137 bilhões em 2015.
Em dezembro, os bancos que aplicam recursos da caderneta de poupança em crédito imobiliário mostraram uma captação líquida de R$ 9 bilhões (SBPE).
As instituições que destinam os recursos para o crédito rural registraram uma entrada líquida de R$ 1,667 bilhão (SBPR).
Desde o fim de agosto de 2013, a poupança voltou a ser remunerada pela “fórmula antiga” de 0,5% ao mês mais TR. Pela regra atual, se a taxa Selic voltar a ficar abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento será equivalente a 70% da taxa básica de juros.
Fonte: Valor