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Plano de saúde patina e só fica na média

Os usuários de planos e seguros de saúde já podem consultar a avaliação de qualidade de sua operadora referente ao ano de 2008. Os resultados fazem parte do Programa de Qualificação das Operadoras de Planos de Saúde, elaborado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Eles foram divulgados ontem no site do órgão regulador (www.ans.gov.br), e não mostram uma evolução significativa no desempenho das empresas em relação aos dados de 2007. Segundo o relatório, 25% das prestadoras de serviços médico-hospitalares avaliadas receberam notas abaixo de 0,2, numa escala de 0 a 1 ponto. De positivo, o fato de 50,3% delas estarem nas faixas de 0,4 a 0,59 ponto ou superiores. Significa que 77,3% dos clientes das operadoras analisadas estão sendo atendidos, pelo menos, de forma satisfatória.
Pela primeira vez, além da avaliação geral – pontuação pelo Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) -, o consumidor pode conferir o desempenho da operadora em cada uma das dimensões apuradas: atenção à saúde, estrutura e operação, satisfação do beneficiário e aspectos econômico-financeiros. Para fazer a consulta, é preciso ter em mãos o número de registro ou o CNPJ da prestadora. Foram avaliadas pela Agência 1.480 empresas de planos de saúde das 1.707 operadoras atualmente ativas no mercado e com beneficiários no Brasil. Em 2008, elas responderam por cerca de 94% dos usuários.
Não é possível, no entanto, fazer uma comparação precisa entre o resultado divulgado agora e aquele relativo a 2007. Conforme a assessoria de imprensa da ANS, houve mudança de metodologia entre um ano e outro. A edição 2008 do Programa contou com 31 indicadores, dois a menos que a anterior. E aperfeiçoou critérios de pontuação de outros indicadores. Apesar disso, a Agência informa que houve poucas mudanças. Isso porque, em 2008, assim como em 2007, a maioria dos usuários se encontrava na terceira faixa. Ou seja, receberiam um nível de atendimento considerado bom.
Quando se avalia a segmentação das notas, os itens Atenção à Saúde e a dimensão Econômico-Financeira receberam as piores avaliações. Se fosse feita uma média, cada um deles ficaria em torno de 0,5 ponto, conforme a ANS. Já os índices de Satisfação dos Beneficiários e Estrutura e Operação somariam, individualmente, 0,7 ponto.
De acordo com o relatório da ANS, os dados mostram que vêm ocorrendo sensíveis melhorias no processo de implantação do Programa de Qualificação das Operadoras, desde seu início, em 2004. O que ocorreria tanto pelo aumento do número de operadoras avaliadas, quanto pelo fato de essas prestadoras responderem pela maioria dos vínculos aos planos privados de saúde.
O diretor-presidente da Agência, Fausto Pereira dos Santos, acrescenta que os resultados de 2008 confirmam os objetivos do Programa de Qualifïcação de, progressivamente, tornar-se uma potente estratégia de avaliação de desempenho das operadoras, buscando não apenas classificar, mas, principalmente, abrir possibilidades para acréscimos de qualidade ao modo de fazer dessas instituições. A ideia, segundo ele, é forçar as operadoras a se responsabilizarem efetivamente pela oferta de serviços de saúde, que, de fato, contribuam para elevar os níveis de saúde dos brasileiros cobertos por planos privados.
A divulgação do desempenho de cada empresa é ainda uma ferramenta importante para a segurança dos usuários. Ao escolher um plano, o beneficiário pode avaliar e até comparar os desempenhos. Com isso, escolher a empresa de maior qualidade. Neste ano, além do desempenho geral, poderá saber como anda a qualidade das operadoras em termos assistenciais, econômico-financeiros, operacionais e de satisfação dos clientes. É um grande apoio à decisão, completa Santos.
A coordenadora executiva da Pro Teste Associação de Consumidores, Maria Inês Dolci, acrescenta que a possibilidade de pesquisa é uma forma de estimular a concorrência entre os planos. Mesmo que ainda timidamente. A ANS avalia a operadoras com base nos dados enviados por elas mesmas. É preciso aprimorar os métodos. Porém, já é uma forma interessante para o consumidor cobrar um melhor atendimento dos planos de saúde, argumenta. Maria Inês preferiu não comentar sobre os indicadores, uma vez que, ontem, ainda não tinha feito uma análise dos números divulgados pela Agência.
A relação completa de operadoras está organizada de acordo com a modalidade (médico-hospitalar ou odontológica) e o porte da operadora. Além disso, há a divisão por segmentação assistencial dos planos comercializados (planos ativos e com beneficiários). As cinco faixas de pontuação são zero a 0,19; seguidas por 0,20 a 0,39; 0,40 a 0,59; 0,60 a 0,79; e 0,80 a 1,00.

Fonte: Hoje em Dia

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