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PF assume investigação sobre vazamento de dados na Receita

Polícia Federal apreende material, e MPF diz realizar trabalho paralelo
Em mais uma derrota sofrida em virtude do escândalo do vazamento de informações sigilosas, a Receita Federal deixou de estar à frente da apuração do caso. A Polícia Federal assumiu, a partir de ontem, o comando das investigações sobre as quebras de sigilos fiscais de integrantes do PSDB e de Verônica Serra, filha do candidato tucano à Presidência da República, José Serra. O anúncio foi feito pelo ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto.
Segundo ele, foi instaurada oficialmente uma investigação criminal por determinação do presidente Lula. A PF, até então, vinha “acompanhando” as investigações administrativas do Fisco, de acordo com o ministro. “O presidente determinou que a PF assuma a totalidade das investigações e faça relatos diários do andamento das apurações”, disse.
Ontem à tarde, a PF iniciou as operações com a apreensão de computadores da Receita Federal.
O superintendente adjunto da Receita Federal, Marcelo Barreto, disse, por meio de sua assessoria, que apenas dois discos rígidos – que armazenam os dados de cada computador – foram entregues, mas não disse se todos os equipamentos liberados eram da agência do órgão em Mauá, onde teriam sido violados os dados fiscais das pessoas ligadas ao PSDB.
Diretrizes. O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF-DF) faz uma investigação paralela à da PF sobre a violação dos dados fiscais. Em nota, o MP informa que “atua ativamente e de forma independente” do inquérito aberto pela Polícia Federal no dia 5 de julho, quando já havia informações sobre a violação dos dados de Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB.
No texto, o MP diz que “tem sido frequentemente atualizado” pela Receita sobre o desenrolar das investigações internas do órgão. Segundo o MP, cópias de documentos têm sido enviadas para serem juntadas ao inquérito da polícia.
Já o juiz Márcio Martins Bonilha, corregedor dos tabelionatos e cartórios de registros civis de São Paulo, abriu inquérito sobre a participação do 16º Tabelião de Notas de São Paulo na falsificação da procuração usada para quebrar o sigilo fiscal de Verônica Serra.
Segundo o juiz, no dia 10 de setembro duas escreventes do cartório irão prestar depoimento sobre o caso. Na abertura da investigação, o juiz ressaltou que foi o próprio tabelião Fábio Tadeu Bisognin que noticiou a Justiça sobre o caso.
Aécio NevesNota. O ex-governador comentou o escândalo: “É algo grave e deve ter o próprio governo o interesse maior nesses esclarecimentos, até para que não paire qualquer dúvida de uma utilização criminosa da Receita”.
Entenda o casoO caso do suposto dossiê veio à tona em maio.A encomenda do material teria ocorrido em um encontro em abril, num restaurante de Brasília do qual participaram integrantes do comitê da pré-campanha de Dilma.Arapongas teriam sido sondados para atuar numa central de espionagem do comitê presidencial petista.Após a divulgação do caso, os adversários trocaram acusações. Serra disse que a petista era a responsável, e Dilma respondeu que a suspeita era “falsidade”.A partir daí, teve início a fase de ações na Justiça.

Fonte: JORNAL O TEMPO

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