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Petrobras faz seguro de refinarias na Bolívia

A Petrobras contratou para a Bolívia o seguro que faltava para devolver as duas refinarias que mantinha no país vizinho. Com a atitude, a empresa brasileira resolveu o problema dos bolivianos e também uma pendenga própria, já que não tinha mais interesse em manter operações e pessoal num negócio que não era mais seu. A Bolívia pagou a primeira parcela das refinarias, mas não levou porque não conseguiu contratar seguro para as unidades.
A seguradora La Boliviana Ciacruz de Seguros y Reaseguros S.A., fechou contrato com a subsidiária Petrobras Bolívia Refinanción na sexta-feira. “Esta apólice foi negociada pela PBR porque a apólice antes vigente perderia sua validade caso qualquer dos ativos deixassem de ser operados pela Petrobras”, diz a nota. Procurada, a assessoria de imprensa da estatal confirmou a este jornal que o seguro foi feito para a Bolívia.
Há duas semanas, o governo boliviano informou que, apesar do pagamento de US$ 56 milhões para retomar Gualberto Villarroel, de Cochabamba, e de Guillermo Elder Bell, localizada em Santa Cruz, não poderia assumi-las por causa da falta de um seguro. Nenhuma seguradora que participou da licitação para cobrir as refinarias apresentou todas as exigências feitas pelo governo boliviano. O Ministério de Hidrocarbonetos decidiu, então, aguardar “uns dias a mais” para que as empresas tivessem tempo de cumprir os pré-requisitos.
“Em nível mundial, a Petrobras contrata seguro único que cobre as operações de todas suas refinarias nos diversos países onde atua. Contratualmente, esta cobertura se cancela automaticamente para qualquer unidade quando ela deixa de ser responsável pela sua operação”, informou a empresa em nota.
Na ocasião, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que a petroleira aguardaria os procedimentos necessários para passar o comando das refinarias para a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). Pelo acordo, a Bolívia teria direito de assumir o controle das refinarias logo após o pagamento da primeira parcela.
Processo de nacionalização
“Se as refinarias fossem assumidas pelo Estado boliviano, pela compra das mesmas por US$ 112 milhões, o seguro contratado pela Petrobras seria suspenso imediatamente, deixando as instalações sujeitas a qualquer imprevisto; por isto a empresa brasileira continuará operando até que se contrate uma nova seguradora”, disse o Ministério de Hidrocarbonetos em comunicado.
“Uma refinaria não pode funcionar sem seguro, assumir a propriedade sem seguro seria pôr em grave risco as refinarias; não podemos ser irresponsáveis”, afirmou o ministro da pasta Carlos Villegas, em documento enviado à imprensa.
As refinarias foram vendidas US$ 112 milhões por causa do processo de nacionalização do setor de petróleo e gás no país. Enquanto a estatal brasileira continua no comando das unidades, permanece com a receita e os ganhos das empresas.

Fonte: Gazeta Mercantil

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