Petrobras estuda IPO da BR Distribuidora
A Petrobras estuda fazer uma oferta pública inicial de ações da BR Distribuidora para resolver o imbróglio envolvendo sua maior subsidiária, que está entre os ativos cuja venda foi suspensa pelo TCU (Tribunal de Contas da União) no início deste ano.
Em evento para investidores nesta segunda (5), o diretor da área financeira e de relacionamento com investidores da estatal, Ivan Monteiro, confirmou que a possibilidade está sobre a mesa.
“O que posso dizer ê que nossa equipe tem a obrigação de apresentar essas alternativas [de fazer o IPO da distribuidora], e isso será feito no momento adequado primeiro para a diretoria-executiva e, se tiver a aquiescência da diretoria-executiva, para o conselho de administração.”
Na avaliação dele, a recuperação da Bolsa brasileira (alta de 24% em 12 meses) pode ser positiva para o IPO, mas destacou que nenhuma proposta formal foi apresentada ainda para a diretoria e o conselho de administração.
Em janeiro deste ano, o TCU suspendeu o plano de venda de ativos da Petrobras e determinou a adoção de um modelo mais transparente de negociações. O objetivo da estatal ê levantar US$ 21 bilhões até o fim de 2018.
Nesta segunda, Pedro Parente, presidente da Petrobras, disse que pretende vender ou fazer parcerias com 30 ativos até o fim do ano, metade deles nos próximos três meses. Entre eles, estaria a refinaria de Pasadena, alvo de investigações na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
A participação da estatal na petroquímica Braskem seria outro ativo envolvido, disse Monteiro nesta segunda.
GOVERNANÇA
A Petrobras anunciou ainda que iniciou estudos para aderir ao nível 2 de negociações de ações na Bolsa, com regras de governança mais rígidas. Parente informou que a empresa protocolou na sexta-feira (2) pedido para adesão ao sistema de governança de estatais da B3 (controladora da Bolsa brasileira).
Segundo ele, ê a primeira estatal a manifestar interesse em participar do sistema. “Enfrentamos a crise ética da [Operação] Lava Jato. Fizemos uma chamada para melhorar nossa governança, criamos mecanismos para nos adequarmos ao mercado e para o controle da corrupção.”
A adesão aos sistemas da B3 cria barreiras para “eventuais práticas que possam vir a ser tentadas no futuro que coloquem em risco a independência da empresa”.
Ele diz esperar que o selo de governança traga benefícios à imagem da empresa e reduza o custo de captação.
O nível 2 de negociação da B3 exige ao menos 25% de ações em livre circulação no mercado. O presidente do conselho não pode acumular o cargo com o de principal executivo da companhia, entre outros requisitos.
Fonte: O Estado de São Paulo