Petrobras e Unipar analisam integração do BNDES na CPS
O formato da participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na Companhia Petroquímica do Sudeste (CPS) ainda não está definido, mas poderá balizar o tamanho da fatia estatal na nova empresa, necessariamente minoritária, como prevê o memorando de entendimento assinado em agosto entre a Petrobras e a Unipar. Ontem, o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, responsável pela área petroquímica da estatal, disse ao Valor que a fatia da petrolífera será de 40% do controle e que com a do BNDES a União pode ter um máximo de 49%.
Segundo o Valor apurou, a presença do banco na sociedade é desejada pelos dois sócios operacionais da futura empresa que vai concentrar a maior parte dos ativos petroquímicos da região Sudeste, por ser ele o principal financiador potencial dos futuros investimentos da empresa. O banco já possui 16,67% do capital da Rio Polímeros (Riopol), um dos principais ativos da futura CPS.
Caso o BNDES deseje manter essa participação no formato atual (acionista ordinário), será necessário um arranjo societário para acomodar as pretensões dos dois sócios principais. Se a Petrobras pretende ficar com 40% do controle da petroquímica, o objetivo inicial da Unipar é levar 60%. Uma das soluções possíveis é a venda da participação do BNDES na Riopol à Petrobras, fato previsto desde a construção da companhia gasquímica do Rio, que iniciou operações comerciais no ano passado.
Como a Petrobras está gastando mais de R$ 4 bilhões na compra da Suzano Petroquímica, que detinha 33,3% da Riopol, esse caminho pode não ser o mais indicado no momento. Outra saída seria o BNDES ficar no negócio apenas como investidor, transformando sua participação na Riopol em ações preferenciais da CPS. O banco, por enquanto, não se pronuncia.
Fonte: Valor