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Pesquisa mostra desafios dos portos

poder público, apontado como o grande responsável pelo gargalo, também é visto como a única saída para a modernização dos portos. Medidas como a criação da Secretaria Especial dos Portos e incentivos fiscais para a atualização dos equipamentos são apontadas como “um início” pelos empresários. O debate sobre os investimentos necessários e os que são previstos nos próximos anos ganha força em meio às comemorações dos 200 anos da abertura dos portos nacionais.
Neste sentido, a Associação Nacional dos Usuários de Transportes de Carga (Anut) e a Fecomércio de São Paulo realizaram pesquisa com 442 empresas que utilizam os portos brasileiros. Como já era esperado, a maior parte dos entrevistados considera regular ou ruim as operações, a segurança, o relacionamento com o público e a administração dos portos, em especial o de Santos, maior porta de entrada e saída de produtos no país.
Na opinião do diretor de operações da Ceva Logistics, Ricardo Melchiori, a situação é precária. “Apesar de o governo investir, é muito pouco para o que país precisa.” As dificuldades mais relatadas à reportagem dizem respeito ao acesso aos portos, baixa profundidade dos canais e a burocracia dos órgãos públicos como a Receita Federal, Ministério do Trabalho e Anvisa na liberação dos contêineres. De acordo com a pesquisa, 54,3% dos usuários consultados consideram regular as operações do porto de Santos e 15,3% ruim. As avaliações de ótima ou muito boa são de 30% dos pesquisados.
A dragagem do canal do porto de Santos também é citada pelo presidente da Companhia de Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Di Bella, como fundamental. “É realmente um ponto crítico, mas a nova legislação que exige a manutenção da profundidade do canal melhorará e muito o porto”, diz. O executivo informa ainda que está em curso a construção da avenida perimetral da Margem Direita e em fase de viabilização a perimetral da Margem Esquerda. Di Bella considera o ambiente após a criação da Secretaria Especial dos Portos “extremamente favorável”. Segundo ele, Santos iniciará um projeto de expansão de longo prazo para aperfeiçoar e ampliar as operações.
Para o presidente da Anut, Paulo Protasio, o nível de investimentos públicos nos portos é acanhado. “Não podemos nos comparar a um porto como o de Roterdã, na Holanda, mas senão tentarmos acompanhar a tendência iremos perder em comércio exterior”. O executivo ressalta os avanços obtidos com a Lei 8.630, que transferiu terminais marítimos para a iniciativa privada, e os investimentos previstos no Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT). “O discurso comum do governo e empresas do setor me tranqüiliza”.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Terminais de Contêineres (Abratec), Sergio Salomão, depois da Lei 8.630, a média de movimentação de contêineres nos portos passou de 11 por hora para 50. “No que se refere à atuação da iniciativa privada, não há o que reclamar”.

Fonte: Valor

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