Pequenas empresas petroquímicas não sobreviverão, diz Petrobras
Empresas pequenas não vão sobreviver no ramo petroquímico, avaliou, nesta quarta-feira (28), o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, em resposta a parlamentares preocupados com a possibilidade de demissão no pólo petroquímico Copesul, localizado no Rio Grande do Sul.
Junto com a Braskem e com o grupo Ultra, a Petrobras comprou recentemente a Ipiranga, o que aumentou sua participação na Copesul. A intenção dos controladores é fechar o capital da empresa, por meio de uma oferta pública de compra de ações de acionistas minoritários. As empresas explicam a compra da Ipiranga à Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (28).
“Se não tivermos empresas fortes, não vamos ter empregos. Não vamos nos iludir que empresas pequenas vão sobreviver, pois há uma demanda de investimentos e tecnologia”, disse Costa. Com a compra da Ipiranga, ele lembrou que subiu a participação da Petrobras na Copesul de 15% para cerca de 36%. O controle acionário, porém, pertence ao Grupo Braskem, parceiro da empresa na compra, com aproximadamente 64% da participação acionária.
Com o negócio, afirmou o diretor da Petrobras, a empresa voltou a atuar mais fortemente no ramo de segunda geração, ou seja, na produção do prolipropileno, que é a base para a fabricação de plástico. Até o momento, a Petrobras apenas fornecia matérias-primas. “Não é nossa intenção voltar a ser dominante no setor petroquímico. Queremos apenas gerar emprego, desenvolvimento e participar dos lucros”, afirmou Costa. Acrescentou que não é objetivo da empresa atuar na terceira geração, isto é, na transformação do plástico em outros produtos.
O presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, já havia informado, recentemente, que a integração dos ativos petroquímicos do grupo Ipiranga vai gerar pelo menos US$ 500 milhões só com a eliminação de funções sobrepostas. Nesta quarta-feira (28), porém, afirmou que isso não vai representar demissões. “O plano da Braskem é de crescimento. Isso pressupõe investimento. Somos e continuaremos a ser geradores de empregos”, afirmou.
No caso da distribuição de combustíveis, que ficará a cargo do grupo Ultra, seu presidente, Pedro Wongtschowski, afirmou que há o compromisso público na manutenção dos empregos. “A intenção é expandir os empregos na área de distribuição”, afirmou na Câmara dos Deputados.
Os compradores da Ipiranga, que são a Petrobras e os grupos Braskem e Ultra, já se mostraram confiantes de que o negócio será aprovado pelo Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (CADE), órgão do Ministério da Justiça que regula a defesa da concorrência.
Fonte: G1