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Patrick de Larragoiti deixa o comando da SulAmérica

A seguradora SulAmérica procura um novo presidente. Patrick de Larragoiti Lucas vai deixar o comando da empresa e permanecer apenas no conselho de administração. A decisão foi anunciada ontem à diretoria da seguradora e na segunda-feira ao ING, grupo holandês que detêm 21% do capital da empresa.
O anúncio surpreendeu os executivos da SulAmérica, segundo uma fonte próxima. O ING chegou a sugerir no passado a saída de Larragoiti do comando, mas não obteve sucesso. Em conversa com o Valor no início da tarde de ontem, o executivo disse que a decisão de deixar a presidência executiva da seguradora foi pessoal, sem pressões externas. “Cumpri a missão de colocar a SulAmérica em um novo patamar. A seguradora nunca esteve tão forte”, diz ele.
Para encontrar um novo presidente, a SulAmérica contratou uma empresa de recrutamento (“head hunter”). No final de março de 2010 haverá uma assembleia dos acionistas para discutir o conselho e aprovar o novo presidente. Até lá, Larragoiti continua no cargo.
Patrick de Larragoiti faz parte da quinta geração da família fundadora do Grupo SulAmérica, criado há 110 anos. A participação da família na seguradora se dá por meio da Sulasapar Participações, que detém 25% do seu capital. O executivo Iniciou sua carreira na seguradora em 1987 e passou por várias áreas e cargos. Em 2005 assumiu a presidência.
Sua gestão foi marcada principalmente pela abertura de capital da SulAmérica, em 2007. Na época, a seguradora captou R$ 775 milhões, boa parte desse dinheiro ainda está no caixa da empresa. Como preparação para a abertura de capital, o executivo tirou a seguradora do prejuízo.
De 2006 em diante, a empresa começou a dar lucro, depois de alguns anos operando no vermelho e com perdas operacionais. Também no período, a SulAmérica fez a primeira emissão de um bônus no mercado externo de uma seguradora brasileira, com o lançamento de US$ 200 milhões.
A gestão de Larragoiti foi marcada por alguns percalços, especialmente nos últimos meses. A SulAmérica perdeu recentemente para a Mapfre a parceria com o Banco do Brasil na Brasilveículos, seguradora do BB para o mercado de automóveis. Com isso, deixou de ter um canal bancário importante para a venda de seguros de carros, o ramo mais disputado do mercado segurador nacional.
Além disso, seu sócio estrangeiro, o ING, abalado pela crise financeira, anunciou em outubro que vai sair de todas as operações de seguro pelo mundo. O grupo holandês, porém, não tem pressa em se desfazer dessas operações. Tem até 2013 para informar ao Banco Central Europeu como pretende sair do setor de seguros e previdência, se vai vender todas as empresas em conjunto para um único grupo ou se vende em partes para diferentes compradores. Essa demora, segundo um especialista, pode travar uma eventual negociação da venda de uma fatia da SulAmérica para um sócio estratégico. A avaliação é que ninguém vai se aventurar a fechar um negócio sem que a situação do ING esteja definida.
Já o futuro da Brasilsaúde, seguradora do BB também com participação da SulAmérica, ainda é incerto. “Estamos em negociações”, diz Larragoiti. Com caixa de R$ 1 bilhão, a SulAmérica tem interesse em comprar a fatia do BB na empresa de planos de saúde. O valor da venda da participação da SulAmérica na Brasilveículos, de 30% do capital, também não foi definido.
Larragoiti tem 50 anos, torce para o Fluminense e, longe do dia a dia da SulAmérica, pretende dedicar mais tempo a participações em associações do setor. O executivo é vice-presidente da Confederação Nacional de Seguros e membro da Associação de Genebra, entidade suíça que reúne dirigentes de várias seguradoras pelo mundo para discutir o setor. “As atividades no conselho ainda vão me tomar bastante tempo”, diz ele.

Fonte: Valor

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