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Para Setubal, crise ajuda Itaú Unibanco

A crise financeira global e seus efeitos sobre a economia doméstica, quem diria, estão ajudando o recém-criado Itaú Unibanco, o maior banco brasileiro. No ano passado, o mercado bancário brasileiro vinha crescendo a taxas chinesas, mas tudo mudou desde que a fusão entre os dois bancos foi anunciada, em novembro de 2008. Curiosamente, para sorte do Itaú Unibanco.
“Se o mercado estivesse crescendo a uma taxa de 30%, a gente ia perder mercado”, afirma o banqueiro Roberto Setubal, presidente da instituição. Nos doze meses acumulados até novembro do ano passado, a carteira de crédito do Itaú cresceu cerca de 40%, ilustra Setubal. “O mercado vinha muito aquecido e isso exige um esforço muito grande da organização. Nesse aspecto, não conseguiríamos fazer a integração dos dois bancos e manter o ritmo de crescimento. A crise facilitou muito, porque tornou o custo de oportunidade da integração muito menor.”
Liderando o processo de integração, o maior e mais complexo já ocorrido no mercado brasileiro, Roberto Setubal tem dedicado dois terços de seu tempo à essa tarefa. Apenas um terço de sua jornada de trabalho fica disponível para o que seria a operação do banco em si. “Nesse momento, a operação do banco está mais delegada”, diz ele. “Na verdade, todo mundo está mais dedicado à integração no momento e a operação do banco está mais no piloto automático”, define. Isso significa que discussões estratégicas como qual novo produto lançar, qual nicho de mercado atacar foram deixadas um pouco de lado por ora. “Não estamos discutindo muito como melhorar a operação, porque a melhor forma, agora, é fazer a integração.”
Setubal acredita que o ritmo de crescimento registrado no ano passado era irreal. “Não dá para crescer 40% todo ano. Era um ritmo acima do potencial.”
O banco divulga o balanço do primeiro trimestre de 2009 nesta semana. Os dados disponíveis na página do Banco Central na internet confirmam que o mercado mudou muito. Em janeiro, a rubrica “operações de crédito” do balancete do Itaú estava em R$ 42,2 bilhões, 6% menor do que aquela registrada em novembro, pelos mesmos critérios do Banco Central. De novembro de 2007 a novembro de 2008, o crescimento havia sido de 37,3%. No caso do Unibanco, o crescimento de novembro a novembro havia sido de 25%, enquanto a queda até janeiro foi de 9,7%, para R$ 41,1 bilhões.
No Bradesco, as operações de crédito apresentadas nos balancetes entregues ao BC se mantiveram praticamente estáveis de novembro a janeiro, em torno de R$ 100 milhões. No Banco do Brasil, evoluíram ligeiramente, de R$ 173 bilhões para R$ 175 bilhões. Os dados no site do BC podem diferir daqueles nos balanços publicados pelas instituições, por questões de diferença de critérios ou de consolidação de instituições de um mesmo grupo. Mas são um indicativo de tendência.
A definição do comitê executivo do Itaú Unibanco, ou seja, dos executivos que chefiariam cada área de negócios, saiu ainda em dezembro de 2008, enquanto a autorização do Banco Central para a fusão foi publicada apenas em fevereiro. Agora, segundo Setubal, o processo de escolha de pessoas já está próximo do fim. “O segundo nível hierárquico, de diretores gerentes, já está praticamente todo definido. Em algumas áreas, até o nível de superintendente já foi definido.”
No nível de diretores, consideradas as duas instituições, havia mais de 200 pessoas pra recolocar e redefinir funções. Cerca de 30 acabaram deixando o banco, dos quais cerca de dez a 12 foram aposentados.
O mais difícil da integração, de acordo com Setubal, tem sido a quantidade de trabalho. “Para todo mundo, houve aumento. Raras pessoas se mantiveram no mesmo mundo de antes.”
Mesmo aqueles que se mantiveram na mesma função viram o escopo do trabalho se ampliar porque agora respondem pela atividade do que antes eram dois bancos. “Temos que tocar a rotina ao mesmo tempo em que fazemos as mudanças. É aquela história de trocar a turb

Fonte: Valor

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