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Para Meirelles, empregos começarão a ser recuperados no segundo semestre

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, acredita que o país deverá começar a recuperar os empregos a partir do segundo semestre deste ano. A avaliação dele é a de que a agenda de reformas que o governo está implementando começará a ter efeitos mais práticos nas contratações nos próximos meses.

Por essa razão, Meirelles qualificou como normal e esperado o último relatório do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado quinta-feira, que apontou queda de 63,6 mil postos de trabalho. Ele compreende que esse número trouxe uma “certa defasagem” devido aos dois anos seguidos de recessão, em 2015 e 2016. Para o ministro, a contração econômica foi forte e a recuperação tem o seu devido tempo para apresentar melhorias nas condições práticas da economia.

Meirelles retornou ontem a Brasília e deverá ter uma agenda concentrada na aprovação das reformas na semana que vem. A votação do relatório da Previdência na Câmara dos Deputados, em maio, é considerada essencial e o ministro deverá receber grupos de parlamentares para explicar quais efeitos a aprovação terá nas contas do país e nas expectativas de crescimento econômico, movimento que pode levar a mais contratações.

A retirada de algumas categorias, como policiais, do texto original da reforma já estaria precificada de antemão como possível pelo governo e a manutenção de 75% dos benefícios fiscais inicialmente previstos com as alterações na Previdência foram bem recebidas por grupos de investidores internacionais com quem Meirelles se reuniu, nos últimos dias, em Washington.

Porém, as concessões à reforma estariam perto dos limites admitidos pelo governo para que o texto a ser votado consiga obter os ganhos fiscais necessários para manter o país no nível de crescimento previsto pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) de superação da recessão dos dois últimos anos. Esse nível ainda é baixo – de 0,2%, em 2017, e de 1,7%, em 2018. E esses números só seriam atingidos considerando a possibilidade de a reforma da Previdência ser aprovada no Congresso num período que os diretores do FMI qualificaram como “razoável”.

Técnicos do FMI irão a Brasília nas próximas semanas para fazer uma análise mais detalhada a respeito dos impactos da eventual reforma da Previdência na economia com as concessões já feitas.

Em Washington, Meirelles qualificou como muito positiva a aprovação de um regime de urgência para a tramitação da reforma trabalhista pela Câmara e acredita que a proposta com a possibilidade de ampliação da terceirização deverá ajudar no objetivo de retomar os empregos no país.

A avaliação geral quanto à empregabilidade é a de que as reações tendem a ser mais lentas tanto nos momentos de queda da economia quanto nos de recuperação. O exemplo vislumbrado dentro do governo é que o Brasil encerrou 2014 com taxa de desemprego inferior a 5%, mesmo com dificuldades visíveis na condução da economia.

Agora, o país tem 13,5 milhões de desempregados e os relatórios do Caged custam a mostrar uma recuperação, mesmo após a aprovação de algumas medidas importantes na economia, como a emenda que limitou o texto de gastos públicos, em dezembro, a lei das estatais e a ampliação para investimentos estrangeiros no setor de petróleo e gás. Daí a importância para o governo de continuar na agenda de aprovação de reformas nas próximas semanas de maneira a estimular a recuperação dos empregos.

Fonte: Valor

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