EconomiaNotícias

Para economistas, IGP-M sobe em setembro

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) deverá continuar no campo positivo este mês. Segundo estimativa média de 20 Instituições Financeiras e consultorias consultadas pelo Valor Data, o indicador subiu 0,44% este mês, depois de alta de 0,10% em agosto – foi verificada deflação de abril a julho. As projeções listadas para a aceleração do IGP-M vão de 0,10% a 0,55%. No acumulado em 12 meses, a deflação do indicador perderá força, passando de 1,71% para 1,47%. Os números oficiais serão divulgados hoje pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

De acordo com os economistas ouvidos pelo Valor Data, a exemplo do que ocorreu em agosto, a elevação do indicador este mês reflete aumentos de preços no atacado de combustíveis e do minério de ferro registrados no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), principal componente do IGP-M.

“Ainda é efeito do aumento da gasolina e do minério de ferro, mas especialmente o aumento de gasolina no IPA pela nova política da Petrobras. Boa parte dessa alta veio dos efeitos temporários do furacão nos EUA, e a tendência é passar o efeito em outubro, ou seja, não me parece que essa alta mais forte do indicador em setembro seja tendência para os IGPs nos próximos meses”, avalia Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, que projeta IGP-M de 0,42% em setembro e -1,51% em 12 meses.

Vale argumenta ainda que o item alimentação, que também tem peso relevante no IGP-M, continuará em queda. “Isso fará com que o IPC fique próximo de zero [nos próximos meses]. A tendência ainda é de o índice cheio fechar em queda de 1,38% no ano.”

Para Mauricio Nakahodo, economista do Mufg, o comportamento “excepcionalmente benigno” dos preços de alimentos ao longo do ano tende a perder força até o fim do ano. “Isso significa que eles vão puxar para baixo cada vez menos o resultado do IGP-M”, projeta Nakahodo.

Com mais detalhes em suas projeções, Helcio Takeda, chefe de pesquisa econômica da consultoria Pezco, diz que o resultado do IGP-M de setembro será reflexo de forte alta do IPA de 0,75% ante deflação de 0,05% verificada em agosto, se sobressaindo à forte queda do IPC de -0,08%, em setembro, ante alta de 0,33% no mês passado.

“Se a nossa estimativa estiver correta, não configuraria um cenário preocupante do ponto de vista de trajetória [de alta] do IGP-M, porque a pressão de alta exercida pelo preço do minério de ferro será dissipada, eventualmente se tornando deflação, dado o desempenho recente do preço da commodity no exterior. Nesse processo, a retomada da desinflação observada no IPC e no INCC ganhará força, podendo levar o índice a apresentar variação próxima de zero em outubro”, projeta Takeda.

O Banco Fator, em relatório distribuído a clientes, espera que a deflação do IPA, que está em 5,23% de janeiro a agosto e em 4,41% em 12 meses, “perderá impulso com a aceleração da inflação dos preços industriais no atacado.”

Fonte: Valor

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?