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Pandemia ajudou na valorização da saúde privada

O presidente da Bradesco Saúde, Manoel Peres, disse que houve uma queda no número de casos de covid-19, no Rio e em São Paulo, no sistema privado de saúde. “Vimos uma estabilização nas duas semanas atrás e nessa semana vimos queda no número de casos”, disse o executivo, durante Live do Valor, desta sexta-feira (27).

A experiência com segurados da Bradesco Saúde, bem como em todo o segmento de saúde privada, é diferente da realidade da rede pública, destacou o executivo.

Durante a Live, que abordou os impactos da pandemia e os seguros de saúde, o executivo observou que há no mercado algumas análises indicando queda na demanda por planos de saúde após o fim da pandemia.

A visão de Peres, entretanto, é que esse movimento não deve acontecer. “O que temos percebido é que setor tem sido resiliente. No começo da pandemia, em função dos efeitos econômicos, nós estimávamos uma queda no número de segurados, e isso não aconteceu. O setor foi resiliente e as pessoas sentiram necessidade de estar protegidas”, disse.

Peres ponderou que, mesmo diante de uma piora no cenário econômico, as pessoas tenderiam a se esforçar para manter o plano. “Se tiver queda, não será significativa”, disse. O executivo ainda foi questionado sobre os reajustes nos planos, que chegaram a ser negativos no ano passado por causa da pandemia.

Ele explicou que a queda veio diante de aniversários de contratos entre dezembro e março, período de queda na demanda de procedimentos. “Antes, os reajustes ficaram abaixo do IPCA. Mas todos estão gerando agora, neste momento, [correção] acima do IPCA, pelo menos 1,5 vezes a 2 vezes o IPCA. É a nossa estimativa”, disse.

Sintomas prolongados da covid-19 são desafio

Segundo Peres, a empresa cobriu um total de R$ 4,5 bilhões em contas relacionadas à covid-19. O valor engloba, sobretudo, internações e testes PCR – gastos que prosseguem com a pandemia em andamento. “Temos um volume expressivo de recursos na cobertura dos segurados relativo à covid-19”, disse ele, apontando mais de 80 mil internações.

O grupo arcou com 1,4 milhão de exames de PCR. Um dos desafios à frente é o sintoma prolongado de pacientes que tiveram covid-19. “Entre 10% a 20% dos pacientes que tiveram covid-19 estão apresentando sintomas prolongados, como cansaço, fadiga, distúrbio de sono”, afirmou o executivo.

Ele ponderou que esses sintomas não representam um custo unitário elevado ao setor, uma vez que demandam tratamentos simples, como fisioterapias. Segundo Peres, esse cenário deve afetar entre um e dois pontos a sinistralidade por um período maior. “Lembrando que a sinistralidade por causa das internações de covid-19 foi afetada em mais de 10 pontos”, disse.

O executivo destacou ainda que a taxa de sinistralidade do setor deve continuar elevada no segundo semestre por causa da pandemia. “Ainda há casos de covid. Temos volume de internação elevada, praticamente semelhante à fase inicial da pandemia”, disse. Procedimentos eletivos normalizados Depois de uma paralisação nos procedimentos eletivos por causa da pandemia, o atendimento agora se normalizou, afirmou Peres. “O estoque de não realizados é muito baixo nesse momento’, disse.

‘No primeiro trimestre, depois que tivemos a vacinação dos médicos, eles passaram a chamar os pacientes para que eles viessem fazer os procedimentos. Não temos estoque de procedimentos eletivos não realizados, com raríssimas exceções”, ressaltou Peres, para quem a pandemia ajudou na valorização do serviço privado de saúde no país.

Questionado sobre o crescimento de empresas como Rede D’or e Dasa no país – há um forte movimento de consolidação em diversos segmentos, incluindo no de saúde –, Peres diz não vê problema nisso. “Não enxergamos como ameaça. Temos um nível de interdependência muito relevante.Então é tão importante para a Rede D’or que nós estejamos saudáveis, como é para nós que eles estejam saudáveis’, comentou.

‘Eles não operam plano de saúde, não conhecem as reservas necessárias. E não operamos serviço hospitalar na operadora. Não é razoável que alguém que presta serviço aceite correr risco com uma carteira de saúde”, complementou Peres.  

Fonte: NULL

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