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Ouro rende 19,52% no semestre

O fim do semestre chegou e sustos não faltaram aos investidores da Bolsa ao longo do período, com fortes oscilações e quedas marcantes, em especial, à partir do segundo trimestre. Na primeira metade de 2010, o Ibovespa, maior referência da bolsa brasileira, recuou 11,16% para 60.935,90 pontos, uma realidade bem distante dos 74 mil pontos que analistas previam para esta época no início do ano. Somente em junho, o índice registrou uma queda de 3,35%.
A atratividade do mercado brasileiro, concordam especialistas, não mudou. Apesar de as empresas continuarem com bons resultados em seus setores, o receio em relação à crise na Zona do Euro, perspectivas de retração da economia chinesa e recuperação gradual dos Estados Unidos provocaram fortes retiradas de investimentos estrangeiros do mercado doméstico.
Segundo Raphael Figueredo, analista-técnico da MyCap, Home Broker da Icap Brasil, o mês de junho pode ser considerado uma amostra do comportamento do ano de 2010. “Baixo volume, ausência de dinheiro novo e alta volatilidade”, destacou.
“Houve um respiro do mercado quando ele atingiu o objetivo de 66 mil pontos, só que agora ele não mostra um destino certo por causa do volume fraco. Isso dá sinais claros que não há sustentação, dando muita indefinição do no curto prazo. O mercado deve ter como suporte 60.500 e, um pouco mais embaixo, 58 mil pontos, sem mostrar uma tendência definida”.
O índice IBrX, com as ações mais negociadas da Bolsa, também sofreu forte revés no semestre, fechando o período com desvalorização de 12,08%. “Com o cenário externo abalado, os papéis ligados a commodities são os que mais sofrem, e como o IBrX e o Ibovespa são puxadas por elas, ambos caem também”, explica Figueredo.
Em linha com os indicadores mais abrangentes, o Índice Setorial de Telecomunicações (Itel) fechou o período com queda de 11,61%. Parte das perdas deve-se à insatisfação de investidores com as relações de troca das ações do grupo Oi e com alto fluxo de notícias sobre movimentação societária das companhias listadas.
O Índice de Energia Elétrica da Bovespa (IEE), composto por papéis considerados mais defensivos na bolsa, teve o melhor resultado (ou menos pior) do período, recuando apenas 1,01%. Já o índice que agrupa as Small Caps manteve-se quase de lado, fechando com queda de 3,06%.
PORTO SEGURO. Com a procura de investimentos mais seguros em renda variável, o ouro permaneceu no foco dos investidores no primeiro semestre do ano, batendo recordes históricos de preços nos mercados internacionais.
A onça-troy do metal avançou 13,30% para US$ 1.242,79 no período. Na BM&F, a cotação também se aproximou de marcas históricas, com valorização no semestre de 19,52% , para R$ 74,10 o lote.
“Acredito que seja o único ativo no ano que está batendo a inflação”, salientou o presidente do Grupo FITTA, André Nunes.
O executivo destaca que a procura pelo metal por parte de pequenos investidores levou a corretora a lançar o ouro no mercado de varejo. “Sempre que o metal avança, chove telefonemas aqui de todo tipo de perfil”, comentou.
No mercado cambial, o dólar comercial avança no ano 3,5%. Já o euro tem queda de 11,64% em relação à moeda brasileira no período.
RENDA FIXA. A média dos Certificados de Depósito Bancário (CDB), apurada pela Anbid, remunerou 0,79% em junho, e alcança um rendimento de 3,65% no semestre. Já os fundos lastreados pelos Certificados de Depósitos Interbancários (CDI), renderam, em média, 0,75% no mês passado e 4,25% no ano, até aqui.
O aumento de juros e a aversão ao risco também aumentou a procura por letras do Tesouro Direto. As notas da série F (NTNF) com vencimento em 2017 chegaram a render nos últimos 30 dias 2,25% aos titulares, contra 0,35% do mês anterior. A rentabilidade no ano foi de 11,19% e nos últimos 12 meses, de 15,22%. Os papéis indexados à Selic (LFT) tiveram em junho rendimento de 0,68% ante 0,60% de maio, com vencimento em 2014. Nos últimos 12 meses, a rentabilidade foi de 8,66% e no ano, de 4,15%.
Títulos indexados à inflação também registram altas. Os ativos com lastro no IGP-M (NTNC), com vencimento em 2017, apresentaram rendimentos de 1,93% em junho contra 0,61% do mês anterior. No semestre contabiliza 9,59% de ganhos, e no acumulado dos últimos 12 meses, 12%. Os rendimentos dos papéis indexados IPCA (NTN-B) com vencimento em 2017 foram de 1,30% no mês em relação a 0,11% de maio, 7,32% no semestre e 13,22% nos últimos 12 meses.

Fonte: Jornal do Commercio

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