Open Finance é destaque no planejamento das seguradoras
O Open Finance foi uma das pautas relevantes em 2022 para as seguradoras que atuam com previdência e vida e segue no radar em 2023.
Leia, abaixo, o que alguns executivos do setor dizem sobre os impactos do mercado aberto, que promete intercâmbio de dados entre investimentos, seguros, previdência, e certamente acirrará ainda mais a competição entre as seguradoras.
Até setembro de 2023 já será possível que os clientes autorizem que as informações relacionadas ao seu cadastro e aos seus produtos, como o histórico de pagamento de prêmios, as coberturas contratadas, os sinistros ocorridos, possam ser compartilhadas entre as empresas participantes do open insurance.
Alexandre Camillo, titular da Susep
Não acredito que o consumidor tenha a percepção do benefício da concorrência do Open Finance, pois no setor a grande maioria das apólices tem renovação anual, o que dá ao cliente a chance de rever as condições e buscar uma oferta a cada renovação. O sistema aberto de informações financeiras veio para ficar e vai sim estimular a concorrência nos produtos financeiros. Ainda há muita insegurança em compartilhar dados financeiros.
À medida que as pessoas forem testando e tendo boas experiências acredito que o Open Finance vai decolar e será uma referencia para diversos países como é hoje o PIX. O Brasil está a frente desta inovação e há muito interesse do mundo sobre este tema.
O mundo nos observa e temos muito a acrescentar neste tema.
Dyogo de Oliveira, presidente da CNseg
Esse ecossistema ampliará a competitividade no setor que hoje conta com 160 seguradoras e 140 resseguradoras no País. Os consumidores terão uma forma padronizada de compartilhar suas informações com seguradoras, entidades abertas de previdência e empresas de capitalização, permitindo a formulação de propostas mais adequadas às suas necessidades.
As empresas terão um novo canal de distribuição e a possibilidade de desenvolvimento de produtos próprios para o meio digital.
Teremos uma indústria mais dinâmica e um ambiente propício ao desenvolvimento de produtos, processos e serviços com custos menores para o segurado.
Jorge Nasser, diretor-presidente da Bradesco Vida e Previdência
A competição no mercado de previdência vem sendo intensa nos últimos anos, com um processo de portabilidade bastante simplificado e mais agentes em ação. É uma das poucas modalidades de investimento que possibilitam essa transição sem ônus tributário.
Esse talvez tenha sido o primeiro teste a caminho de um negócio concorrencial mais aberto. O compartilhamento de dados será um ingrediente adicional de fomento à competição.
Nesse cenário, as seguradoras vêm se preparando tanto com grades mais diversificadas de produtos, quanto no aprimoramento de serviços e jornadas para atendimento mais próximo e célere ao cliente. Cada empresa está ajustando suas ferramentas para o melhor uso das novas informações disponíveis, pois o ambiente competitivo estará um degrau acima quando a escala de compartilhamento de dados se intensificar.
Na Bradesco Vida e Previdência, temos buscado ampliar e facilitar, cada vez mais, a comunicação com o cliente. Reforçamos nossas ações de CRM, com ofertas assertivas para fidelização da base de clientes, pois acreditamos a capacidade de entender o cliente e seus principais anseios, necessidades e objetivos em cada etapa de sua vida será um poderoso diferencial.
Além disso, sempre com a coordenação da Bradesco Asset Management, estamos ampliando a participação de gestores terceiros, de forma a possibilitar uma oferta ainda mais sofisticada e customizada de produtos. Atualmente, a empresa já possui mais de R$ 15 bilhões de reservas de previdência com gestão de mais de 30 parceiros externos.
Nos últimos três anos, realocamos cerca de 50% de nossa base para carteiras mais diversificadas, com planos modernos e taxas mais competitivas, em reavaliações sistemáticas das alocações de cada indivíduo.
Sandro Bonfim da Costa, superintendente de Produtos da Brasilprev
A Brasilprev entende que o Open Finance terá um importante impacto no mercado financeiro e de seguros, possibilitando atingir cada vez mais pessoas e garantindo produtos mais personalizados. Entendemos que o Open Finance pode configurar uma nova forma de relacionamento com os clientes e potenciais clientes.
Assim, estamos desenvolvendo nossa estrutura corporativa, sistemas e processos tanto para cumprimento de todas as exigências legais quanto para aproveitar as oportunidades que essa nova forma de fazer negócio trará, pois vemos o sistema como uma possibilidade de ampliar nossos canais de prospecção e de atendimento, para, ao final do dia, trazer produtos e serviços cada vez mais personalizados às necessidades e objetivos dos clientes.
Com aumento significativo da oferta de fundos e da complexidade de teses de investimento nos planos de previdência, além da rentabilidade, outro fator crítico de sucesso para o Open Finance será o apoio dado ao cliente para escolha do fundo mais adequado.
Considerando esses fatores, a Brasilprev tem trabalhado fortemente a questão da importância da diversificação de investimentos junto aos seus clientes, apoiando na seleção dos melhores fundos frente ao cenário econômico, objetivo e perfil, e isto não deve mudar com o Open Finance, pois o conceito está relacionado com a importância de fomentar a cultura previdenciária do brasileiro.
Um exemplo de produto da Brasilprev que tem como foco facilitar a decisão do cliente e gestão do plano é o chamado de Ciclo de Vida.
Essa família de fundos proporciona a gestão automática da alocação entre renda fixa e renda variável, sendo que a alocação em renda variável é reduzida gradativamente à medida que se aproxima o prazo para uso dos recursos acumulados, visando reduzir o risco. Hoje, oferecemos fundos Ciclo de Vida com datas-alvo para 2030, 2040 e 2050. Todos têm em comum a aplicação maior em renda variável no começo e redução gradativa do grau de risco da carteira na medida em que for chegando o prazo definido pelo cliente para utilização dos recursos.
José Paulo Vasconcelos, diretor de Planejamento Projetos e Processos, da MAG Seguros
Assim como o open insurance, o open finance visa a proporcionar mais facilidade e praticidade para o público diante dos produtos e serviços financeiros. Deste modo, ele abrirá oportunidades para que novas soluções sejam criadas e, assim, não só atender, mas superar as expectativas dos clientes.
O open finance sempre foi uma boa notícia para a MAG porque nossos produtos têm condições específicas bem interessantes.
Nosso portfólio de produtos é reconhecidamente um dos melhores do mercado tanto em quantidade quanto em qualidade. Dentro deste contexto de open finance destacamos três pontos: o primeiro é que a partir do momento em que o cliente final conseguir acessar mais informações pelo open finance, a MAG Seguros entende que será uma vantagem competitiva importante a fim de trazer solidez para nossa posição mercadológica.
Já a segunda questão vai além dos produtos. A companhia possui uma arquitetura de tecnologia bastante flexível e escalável o que nos permite criar soluções em tempo real, sendo está também uma vantagem competitiva muito importante neste movimento causado pelo open finance.
E, por fim, vale ressaltarmos que a MAG trabalha, neste momento, com mais afinco nas tratativas e as qualidades dos dados que irão compor as informações das ofertas e das condições dos nossos produtos para que quando o mercado vir para o open insurance e, consequentemente também para o open finance, estejamos prontos tecnologicamente para atender essa demanda.
Fonte: NULL