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Ong Trânsito Amigo: transformando a dor em ação

O objetivo é lutar contra a violência das ruas e estradas, defendendo a civilidade na circulação viária do brasileiro. Segundo seu idealizador, Fernando Diniz, a organização foi concebida em memória de seu filho, Fabrício Pinto da Costa Diniz, que faleceu há sete anos num grave acidente automobilístico na Barra da Tijuca, Zona Sul do Rio de Janeiro. “O que nós queremos é prestar solidariedade e amparar a quem nos procura com orientações jurídicas, além de pleitear por leis e projetos de leis que possam, no mínimo, diminuir a quantidade de pessoas que morrem em decorrência de acidentes”, afirma Fernando. Ele acrescenta que o foco da Ong Trânsito Amigo é trabalhar para que os condutores de veículos sejam mais prudentes e conscientes. “Nosso lema é transformar esse luto em luta, convertendo a dor em ação”, acrescenta. Entre as ações da organização, ele destaca campanhas, eventos e diversas iniciativas que buscam impedir a morte de milhares de brasileiros em acidentes que são “previsíveis e evitáveis”. “Na minha opinião, a lei seca deveria ser chamada de lei da vida porque foi impulsionada pelas milhares de lágrimas derramadas pelos familiares das vítimas”, defende Fernando. “As pessoas deveriam mudar seu comportamento. Você pode beber sim, mas não pode depois dirigir um automóvel. Somos a favor do consumo consciente, coerente e responsável, que significa amar ao próximo, respeitando o direito dele continuar vivo”. De acordo com Fernando, uma das mais importantes reivindicações da Trânsito Amigo é a pena alternativa, que tramita com aprovação unânime, mas espera votação do Congresso Nacional. “A intenção é substituir a obrigação de doar cestas básicas, que consideramos uma falta de respeito com as famílias que perderam pessoas queridas, pela pena alternativa dos culpados às sextas, sábados e domingos”, explica. O acusado irá fazer acompanhamento junto ao Corpo de Bombeiros no atendimento de vítimas de trânsito e monitora as alas de emergências dos hospitais, além de verificar o tratamento de paraplégicos e tetraplégicos em clínicas de fisioterapia. “Isso é para mostrar às pessoas as conseqüências da ação de beber e dirigir”, complementa Fernando. Quanto ao Seguro DPVAT, que existe para garantir indenizações às vítimas de acidentes de trânsito, ele reconhece que o Brasil é um dos poucos países do mundo que conta com esse tipo de cobertura. “É muito bom, porque o Seguro DPVAT não quer saber cor de carro, nem placa e seu único objetivo é ajudar as pessoas”. Mas, na sua visão, o Seguro DPVAT pode ser melhorado. “Temos um projeto de disponibilizar entre 10% e 20% do valor da indenização somente com a apresentação do atestado de óbito. Isso é importante para ajudar quem não tem condições de pagar sua locomoção, durante os trajetos para dar entrada no processo, por exemplo”. Fernando ressalta que o Seguro DPVAT é um excelente instrumento de harmonia social, mas há pessoas que nunca ouviram falar do seguro e também aqueles que desistem no decorrer do processo. “Não é justo que algumas pessoas não possam exercitar a cidadania apenas porque não têm dinheiro para o transporte público”. A respeito dos fraudadores do Seguro DPVAT, Fernando lamenta que, nos hospitais, existem casos em que eles fazem os parentes das vitimas assinarem uma documentação para que possam receber o seguro mais de uma vez. “É uma maldade muito grande. Eles não têm o direito de fazer isso com ninguém. As fraudes existem em grande quantidade e a polícia sabe onde são cometidas”, denuncia, acrescentando que “não é justo que um advogado ou um hospital receba o direito de outras pessoas”.Ele mesmo foi alvo de oportunistas. “Tenho um exemplo terrível: eu estava na pista ao lado do carro, meu filho estava morto dentro e apareceu um homem com um catálogo de caixões para eu escolher. Em seguida, apareceu um advogado com uma maleta e um documento para eu assinar com objetivo de dar entrada no meu processo DPVAT”. Para o idealizador da Ong Trânsito Amigo, “o governo deveria fazer campanhas educativas e informativas, investindo em horário nobre para que a população soubesse dos seus diretos”. Fernando é categórico ao apontar que a sociedade precisa se sensibilizar e mudar sua conduta. “Uma vitima fatal não é apenas um número na estatística, mas um rosto, uma família e seus sonhos”. O caminho é fazer com que a população conheça seus direitos. “Ao acontecer um acidente, todos devem procurar uma delegacia pra registrar queixa, dar entrada no Seguro DPVAT e, em momento algum, assinar documento a terceiros”. Por fim, ele deixa uma mensagem à população. “Seja como pedestre ou condutor, respeite as leis de transito. É a sua chance de continuar vivo. Caminhe sempre de mãos dadas com as crianças e atravesse as ruas empurrando a bicicleta, nunca pedalando, para ter mais chances de sobreviver. A vida é tão bonita. Se cada um fizer a sua parte, com certeza estará colaborando com a diminuição do número de vítimas fatais no trânsito”.

Fonte: CQCS

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