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Odebrecht expande atuação internacional

Davilym Dourado/valor
Fernando Santos-Reis, da Odebrecht: “Poderíamos crescer mais que 20% se tivéssemos mais mão-de-obra”
Desde o ano passado, executivos da Construtora Norberto Odebrecht têm feito viagens cada vez mais constantes pelo continente africano. No roteiro, países tão distintos como a emergente África do Sul ou a ainda destroçada Libéria. Em cada um deles estão buscando oportunidades de negócio para expandir ainda mais o setor internacional da construtora, que já representa quase 70% do faturamento de R$ 7,4 bilhões obtidos pela companhia em 2006.
A África é apenas uma parte dessa estratégia da Odebrecht em reforçar sua atuação internacional aproveitando a alta demanda por obras de infra-estrutura, principalmente em países emergentes. Executivos da companhia andam perambulando também por países da América Central, do Oriente Médio e ex-repúblicas soviéticas do Leste Europeu, as áreas definidas pela Odebrecht como foco de sua expansão internacional.
O primeiro resultado dessas longas viagens por países muitas vezes exóticos para uma companhia que ainda tem sua experiência internacional fortemente calcada na área de influência geopolítica do Brasil começam a aparecer. No primeiro semestre deste ano a Odebrecht fechou seu primeiro contrato na Líbia, onde irá construir um anel viário na capital do país, Tripoli, orçado em US$ 350 milhões. Nos próximos meses a companhia espera anunciar também a vitória na licitação para construção de um novo aeroporto internacional na capital do país comandando pelo coronel Muamar Gadafi desde 1969.
Com novos negócios como esse, a Odebrecht espera ver sua carteira de contratos internacionais crescer até 20% neste ano de 2007. Isso significa um incremento de mais de R$ 3 bilhões nas receitas futuras da empresa. A expectativa é de que o faturamento também cresça nessa mesma proporção este ano, superando com folga a casa dos R$ 8 bilhões. Nessa conta entram também os contratos vencidos e em execução no território brasileiro. “A verdade é que nós poderíamos crescer mais, bem mais, se não tivéssemos uma escassez de mão-de-obra tão grande”, afirma Fernando Santos-Reis que, após 14 anos rodando as américas pela companhia, chegou ao Brasil para chefiar a área internacional.
A mão-de-obra em falta a que se refere Reis não é exatamente composta pelos engenheiros que tocam as mais de 130 obras da companhia mundo a fora. “Temos falta é de profissionais com espírito empreendedor, de empresários, como chamamos aqui”, diz ele. “Essas pessoas tem que estar aculturadas à Odebrecht, não podemos ir buscar no mercado”.
Os tais empresários são os profissionais pinçados pela companhia para cuidar de toda a gestão de um projeto de grande porte, como a construção de dois gasodutos na Argentina ou de um terminal de contêineres no Djubti, Leste da África. “A maior parte de nossos funcionários são locais, mas a gestão não abrimos mão de ter alguém da casa, com uma média de 10 anos de experiência”.

Fonte: Valor

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