Obama defende medidas anticrise e diz que “incêndio foi apagado”
O presidente norte-americano Barack Obama defendeu nesta segunda-feira a ação de sua equipe econômica ao longo dos seis primeiros meses de gestão, ao afirmar “haver apagado o incêndio” que a crise internacional representa. No entanto, reconheceu que ainda há muito trabalho para fazer.
“Creio que nos afastamos do abismo. Creio que apagamos o incêndio”, disse Obama.
“A analogia que emprego, às vezes, é que tínhamos uma casa estupenda, e se incendiou. Chegamos e tivemos de usar a mangueira. O fogo foi apagado, mas descobrimos que teríamos de reconstrui-la, que o telhado tem goteiras, que o tanque está quebrado. E estamos atrasados no pagamento das contas”, disse Obama para a rede pública PBS, segundo transcrição de suas declarações divulgadas pela emissora.
Barack Obama também afirmou que os bancos em Wall Street não mostraram remorso ou mudanças suficientes desde a crise financeira que ajudou na recessão norte-americana.
“O problema que eu vi, pelo menos, é que você não tem uma percepção de que as pessoas em Wall Street sentem algum remorso por assumir todos estes riscos”, disse Obama ao canal de televisão PBS.
“Você não tem a percepção de que houve uma mudança de cultura ou comportamento como consequência do que aconteceu. E é por isso que as propostas de reforma no sistema regulatório financeiro que eu apresentei são tão importantes”.
BC dos EUA
Hoje, o presidente do Federal Reserve de Atlanta (uma das 12 divisões regionais do Fed, o BC americano), Dennis Lockhart, afirmou que a recuperação econômica será lenta nos Estados Unidos, e a probabilidade de vir acompanhada de inflação é pequena.
“Com frequência, uma profunda recessão é seguida de forte recuperação dos negócios e da atividade econômica global. Infelizmente, na minha projeção para o futuro, não prevejo tal trajetória”, disse Lockhart, em um evento em Nashville (no Estado do Tennessee, sudeste do país).
“Espero que o crescimento seja retomado no segundo semestre e avance a um ritmo modesto. Não vislumbro uma recuperação forte a médio prazo”, acrescentou, fazendo alusão a uma “previsão de recuperação anêmica”, em consonância com declarações feitas por outros dirigentes do banco central americano.
O Fed prevê, no entanto, um crescimento de 2,1% a 3,3% em 2010.
Por outro lado, o instituto privado de pesquisa Conference Board divulgou hoje que o índice que reúne os principais indicadores da economia norte-americana subiu pelo terceiro mês consecutivo em junho, sugerindo que a recessão está chegando ao fim. O dado, que visa prever a tendência econômica dos próximos seis a nove meses, avançou 0,7% em junho, após uma leitura revisada de alta de 1,3% em maio.
Fonte: Folha de São Paulo