Mercado de SegurosNotícias

Obama dá ultimato para salvar a GM e a Chrysler

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deu um ultimato de 60 dias a General Motors para apresentar uma estratégia “viável”. Já concorrente Chrysler tem 30 dias para concluir um acordo definitivo com a italiana Fiat, que deve lhe garantir a tecnologia e os modelos dos quais precisa.
Contrariamente ao que havia declarado durante a campanha presidencial, Obama sugeriu que os construtores peçam concordata, conforme o capítulo 11 da lei americana de falências, para ajudá-los a se “reestruturar e a saírem mais fortes da crise, livrando-se rapidamente de suas velhas dívidas”. Dirigindo-se aos operários do setor, ele destacou que “há empregos que não poderão ser salvos e fábricas que não reabrirão e que escolhas difíceis terão de ser feitas”.
Para sustentar as vendas em queda no setor automobilístico nos EUA, o presidente prometeu a adoção de medidas fiscais favorecendo a compra de carros “limpos”. A GM e a Chrysler estão em situações diferentes, disse Obama, que considerou que o primeiro grupo “pode se recuperar desde que enfrente uma reestruturação fundamental”.
Obama conseguiu a cabeça do presidente da GM, Rick Wagoner, dizendo que o grupo precisa de uma “nova visão e de uma nova direção” sob comando do novo presidente, Fritz Henderson. Desde 2005, quando seus problemas começaram a se acumular no mercado norte-americano, a GM já perdeu em torno de US$ 82 bilhões. As ações da montadora também já despencaram perto de 95%.
Para a Chrysler, “a situação é mais difícil”, disse o presidente, que prometeu investir até US$ 6 bilhões se a aliança com a Fiat se concretizar.
As ações da GM despencavam cerca de 20% em Frankfurt após as medidas da Casa Branca terem marcado uma chocante reviravolta para a administração da empresa e da Chrysler e de credores que apostavam no resgate das companhias.
O governo Obama se comprometeu apenas em financiar as operações da GM pelos próximos 60 dias, enquanto desenvolve um plano de reestruturação mais abrangente, em vez de atender o pedido da montadora de fornecer mais US$ 16 bilhões em empréstimos.
O presidente-executivo da GM, Rick Wagoner, que presidiu a companhia desde o ano 2000, passando por seu rápido declínio nos últimos cinco anos, foi tirado do posto efetivamente ontem. Grande parte do conselho de administração da montadora também será substituído.
Sob ataque
Essa foi apenas a segunda vez que o governo dos Estados Unidos forçou a saída de um presidente-executivo após resgate da companhia desde que a crise financeira começou no segundo semestre do ano passado.
Robert Willumstad perdeu seu posto como dirigente da AIG em setembro, em decorrência do resgate de US$ 85 bilhões da seguradora pelo governo norte-americano.
Na Europa, as fabricantes de veículos estão preocupadas com o impacto da falência de uma grande montadora norte-americana no setor como um todo.
Na França, os movimentos seguiram com a decisão da PSA Peugeot Citroen de afastar seu presidente-executivo, Christian Streiff, substituindo-o pelo ex-chefe do grupo siderúrgico Corus, Philippe Varin, a partir de primeiro de junho.
A Chrysler, controlada pela Cerberus Capital Management, recebeu 30 dias para completar a aliança com a Fiat ou enfrentar interrupção do financiamento do governo que pode forçar sua liquidação.
A comissão da Casa Branca rejeitou afirmação da Cerberus de que a Chrysler pode ser viável. A comissão citou o tamanho relativamente pequeno da montadora, fraca linha de produtos e queda na participação de mercado nos Estados Unidos.
Se a Chrysler conseguir completar uma aliança com a Fiat e acordos de redução de custos com credores e com o principal sindicato de metalúrgicos, o Tesouro vai considerar investir outros US$ 6 bilhões na montadora, segundo autoridades. A Fiat concordou em assumir menos dos 35% na Chrysler negociados inicialmente.
A GM pediu mais de 16 bilhões de dólares em novos empréstimos do governo, enquanto a Chrysler quer 5 bilhões de dólares para sobreviver ao mais fraco mercado de veículos novos em quase 30 anos.

Fonte: Gazeta Mercantil

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?