O setor que investe na popularização pode dobrar de tamanho em cinco anos, para 7% do PIB
Durante muitas décadas, a Caixa Econômica Federal atuou como um banco popular de uma nota só: habitação. Movida pelos financiamentos para a compra da casa própria, a Caixa transformou-se nos últimos anos numa organização ambiciosa, com atuação em várias frentes e oferta de produtos para pessoas físicas e jurídicas. Seu último movimento, na segunda-feira 29, foi a decisão de fincar pé no setor de seguro saúde. Em assembleia, os conselheiros da instituição aprovaram a criação de uma seguradora específica para esse fim.
Quando se olha o potencial de receitas desse mercado, sim. O mercado de seguros vai superar o bancário em pouco tempo. Lá fora, as seguradoras é que são donas de bancos , diz Armando Vergílio, ex-presidente da Susep. No caso da saúde, o mercado brasileiro movimentou R$ 63,6 bilhões em 2009, segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS).
Em dezembro, 42,8 milhões de brasileiros possuíam planos de saúde e odontológicos. É um fenômeno que se intensificou nos últimos anos, com o aumento do poder aquisitivo da população. Pesquisa do IBGE divulgada na quarta-feira 31 mostrou que 25,9% dos brasileiros possuíam algum plano de saúde em 2008. Cinco anos antes, eram 24,3%. É nesse mercado pujante que Maria Fernanda Ramos Coelho, presidente da Caixa, está de olho.
A executiva ainda não detalhou sua nova estratégia nem o modelo de negócios que pretende adotar. O Banco do Brasil, por exemplo, atua em parceria com as seguradoras privadas, em joint ventures específicas para cada ramo de seguros. A intenção da Caixa, num primeiro momento, é oferecer planos de saúde para os clientes corporativos, segundo a assessoria de imprensa da instituição.
A prioridade continua sendo o seguro de vida, a preços acessíveis para conquistar as classes populares. Não será fácil para a Caixa ganhar dinheiro com saúde.
Fonte: Escola Nacional de Seguros