Mercado de SegurosNotícias

O plano ideal para você

Para escolher entre PGBL ou VGBL é preciso achar o produto para seus objetivos de longo prazo.
O primeiro passo para se dar bem com investimentos na previdência privada é conhecer as regras do jogo. “Só com todas as informações em mãos o cliente tem condições de fazer escolhas”, diz Renato Russo, vice-presidente da SulAmérica Seguros e Previdência, de São Paulo. Antes de assinar o contrato, você precisa questionar o gerente ou o corretor sobre pelo menos oito itens e depois traçar seu planejamento de longo prazo. Veja o que significa cada um deles e aprenda a fazer as perguntas certas.
OPÇÕES DE PLANOS
Há duas versões de produtos de investimento de previdência privada: o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). Neles você pode fazer contribuições mensais ou aportes esporádicos. Os valores são definidos pelo contribuinte a partir da exigência de aplicação mínima de cada plano. Há planos com depósitos a partir de 50 reais por mês. O dinheiro pode ser sacado a qualquer momento após o período de carência de 60 dias. Os produtos são comercializados pelas seguradoras independentes e as ligadas aos bancos. O mercado é regulamentado pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
TIPOS DE PLANOS
As carteiras dos planos de previdência PGBL e VGBL têm variações com participação de ativos de renda fixa e renda variável. Nos fundos de renda variável, a participação de ações é limitada a 49% do total do patrimônio. O PGBL e o VGBL também podem ser feitos em nome das crianças — há produtos exclusivos para menores. No PGBL, os valores depositados podem ser deduzidos do Imposto de Renda (IR).
IMPOSTO DE RENDA
No PGBL e no VGBL não há incidência de IR durante o investimento — o imposto só é descontado no resgate do dinheiro. Mas as regras são diferentes para cada produto. No VGBL, o desconto do IR só incide sobre os rendimentos. Já no PGBL a mordida do Leão é maior: o imposto será cobrado sobre o total do dinheiro resgatado. Há uma compensação. O dinheiro aplicado no PGBL pode ser abatido do rendimento bruto anual do IR até o teto de 12%. O benefício é bom para quem ganha mensalmente acima de 8 000 reais. Só pode utilizar o benefício da dedução do PGBL quem contribui para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e faz a declaração do IR no modelo completo.
TABELAS
Na previdência, o IR só é descontado no resgate, mas é preciso escolher o regime tributário. Há a tabela progressiva e a regressiva. A primeira segue as mesmas alíquotas aplicadas nos salários. Os percentuais variam de isento a 27,5%. Quem planeja fazer resgates mensais de até 1 372,81 reais não precisa ficar na dúvida: opta pela tabela progressiva. A tabela regressiva, criada em 2005, incentiva as aplicações de longo prazo. Quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado, menor o valor do imposto a pagar. A alíquota diminui a cada dois anos, começando em 35% e chegando a 10%. Conciliar o IR de 10% com o abatimento de 12% da renda tributada no PGBL é a melhor forma de potencializar os ganhos da aplicação. Só deve optar pela tabela regressiva quem tiver segurança de que o dinheiro ficará aplicado por, no mínimo, quatro anos. “A opção é irretratável. Escolheu, não pode mudar”, diz Elizabeth Noronha, superintendente de produtos da carioca Mongeral Seguros & Previdência.
TAXA DE ADMINISTRAÇÃO
A taxa de administração é uma cobrança anual que varia de 0,8% a 5% e incide sobre o capital total, incluindo os rendimentos. O valor pode ser determinante para o desempenho da aplicação. O professor Newton Conde, da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi ), de São Paulo, fez as contas. Quem aplicou cerca de 200 reais mensais em um plano com taxa de administração de 3% acumulou, em 30 anos, cerca de 98 000 reais, com rentabilidade média anual de 4,8%. Mas, se tivesse investido os mesmos 200 reais mensais em um plano com taxa de administração de 0,8%, teria quase 143 000 reais na hora da aposentadoria. Os planos com participação de renda variável cobram taxas mais altas. Por isso, é preciso pesquisar produtos do mesmo tipo e com administradores do mesmo porte.
Acerto de contas
O paulistano Willian de Araújo Giglio Teixeira, de 31 anos, diretor do escritório WM Contábil, já está preparado para fazer um aporte maior no seu PGBL em dezembro. “No final do ano, faço as contas e vejo quanto ainda preciso investir para ter incentivo fiscal.” Para Willian, a lei que permite abater as aplicações do total da renda bruta até o limite de 12% foi determinante na escolha do PGBL, para fazer sua poupança de aposentadoria. Há cinco anos, ele aplica regularmente entre 200 e 500 reais por mês no seu plano. Em dezembro ele faz uma aplicação extra para completar os 12% e poder, no começo do próximo ano, deduzir o investimento do IR.
TAXA DE CARREGAMENTO
É uma taxa cobrada a cada depósito feito no plano de previdência. Os percentuais variam de 5% até a isenção. Alguns bancos, como Bradesco e Santander, reduzem a taxa quando o saldo aumenta.
TAXA DE PERFORMANCE
Algumas seguradoras cobram pela performance em fundos de previdência com renda variável. A taxa é descontada do excedente financeiro — rendimento além do mínimo proposto pelo plano.
NOVOS PLANOS
Está em fase de aprovação pelo governo dois novos produtos: PrevSaúde e PrevEducação. No primeiro, o plano tem o objetivo de incentivar a poupança para as despesas médicas. O outro é para os gastos com mensalidades escolares. Na hora do resgate, basta o investidor provar que usou os recursos para essas finalidades para ficar isento de tributos ou pagar uma carga tributária bem reduzida — as condições ainda estão em definição. Só será taxado quem resolver gastar o dinheiro para bancar outros tipos de gastos.
Um bom motivo
A carioca Gisele de Jesus Macedo, de 33 anos, gerente da agência Comunicativa, teve uma boa motivação para começar a investir na previdência. “Quando o meu filho João nasceu, senti uma necessidade de pensar em garantias para o futuro”, diz. “Quero curtir a aposentadoria com a família de uma maneira bem tranqüila.” Desde 2005, ela aplica cerca de 200 reais mensais em um VGBL. Ela escolheu esse plano por dois motivos. O primeiro foi tributário. “O imposto fica menor, porque só é cobrado sobre o rendimento obtido”, diz. Também pesou na escolha uma questão pessoal. “Com plano de previdência fica mais fácil manter a disciplina do investimento. A aplicação está em débito automático”, diz Gisele Macedo.

Fonte: Você S/A – Nacional

Falar agora
Olá 👋
Como podemos ajudá-la(o)?