Novos desafios para o segmento de seguros massificados
No que depender do cenário econômico, os seguros massificados têm condições plenas e meios de continuar em desenvolvimento. Entendam-se como condições o crescimento do emprego formal e o aumento do consumo de bens e serviços, favorecidos pela melhoria de renda da população e a oferta de crédito. Os meios são os novos canais de distribuição, de redes de varejos ao meios remotos, além produtos de seguros mais simples e padronizados a preços acessíveis. No balanço final do último ano, as vendas a prazo no varejo cresceram, em média, 4,12% e o mercado formal de trabalho em 2,82%. Ambos os resultados ficaram abaixo da expectativa, porém não deixam de ser positivos e de refletirem no desempenho dos seguros massificados. Estimativas indicam que os massificados representam hoje 11% do total do mercado segurador no Brasil, patamar ainda distante dos países industrializados, de 25%. Um dos carros-chefe dos massificados é o seguro prestamista, que garante o pagamento de prestações (de financiamentos de automóveis a empréstimos consignados), em caso de morte ou invalidez. Em 2011, este seguro movimentou, segundo dados da Susep, R$ 1,7 bilhão em prêmios, e em 2012, R$ 4,6 bilhões entre janeiro e outubro. Em 2013, no mesmo período, o prestamista alcançou R$ 5,8 bilhões em volume de produção, o que representa um crescimento de 25,2%. Já o seguro garantia estendida, outro ramo bem posicionado entre os massificados, aumentou a receita de prêmios de R$ 1,48 bilhão para R$ 1,80 bilhão, entre janeiro e setembro de 2013, com avanço de 21,6% no confronto com o mesmo período do ano anterior. O auxílio funeral, outro produto massificado, encerrou o período de janeiro a outubro de 2013 com um volume de produção de R$ 243,5 milhões contra R$ 138,9 milhões de 2012, um crescimento nominal de 75,3%. Novos canais, novos desafios. Dois importantes normativos aprovados no último ano podem ampliar a penetração dos seguros massificados. A Resolução 297/2013 autorizou as redes de varejo a atuarem como representantes das seguradoras. Além do garantia estendida, cerca de 2,4 milhões de pontos de venda no país poderão vender auxílio funeral, seguro viagem, residencial e pequenos planos de previdência. “São apenas 45 mil corretores pessoa física para a população brasileira, que é enorme. O varejo não deve ser encarado como concorrência, mas, como complemento para atuar em um segmento inexplorado”, disse o superintendente da Susep, Luciano Portal Santanna em entrevista à imprensa. Na avaliação do escritório Pinheiro Neto Advogados, a figura do “representante de seguro”, definido pela resolução, representa um novo modelo de negócios. Em publicação do escritório, a nova a nova resolução foi avaliada como mais detalhista que anterior (107/04), na medida em que é mais descritiva sobre as obrigações da seguradora, além de mencionar a vedação às transações que possam implicar em venda casada. Também está prevista a possibilidade de suspensão cautelar pela Susep da venda de seguros por representante, caso as obrigações legais ou regulamentares sejam violadas pelos representantes e pelas seguradoras. Outra resolução destaque no ano passado foi a autorização da venda de seguros por meios remotos. A Resolução 294/2013 autoriza as seguradoras a emitirem bilhetes, apólices e certificados individuais pela internet. Para contratar um seguro pela web, o interessado deve imprimir os documentos e enviar cópias físicas assinadas à empresa provedora do serviço. A emissão online de apólices e certificados individuais adotará as regras de segurança online da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras (ICP-Brasil). Pela nova regra, após contratar um seguro ou plano de previdência por meios remotos, o segurado terá um prazo de sete dias corridos para desistir do serviço a contar da data de formalização da proposta. “O normativo dá a segurança jurídica necessária para as empresas investirem de forma expressiva e facilita a transparência nos preços para o consumidor final”, disse Santanna. Exemplo norte-americano. A consultoria americana McKinsey & Company divulgou recentemente um estudo que aponta as transformações no setor de varejo nos Estados Unidos. O exemplo vale como referencia ao mercado de seguros massificados no Brasil por indicar a tendência de crescimento da venda por meios remotos. De acordo com o estudo, na última década o comercio digital nos Estados Unidos cresceu 18% ao ano e responde, atualmente, por 8% de todas as vendas. Segundo o estudo, devido à acelerada adoção do celular – a penetração de smartphones nos Estados Unidos excede 40% hoje e é projetada para alcançar cerca de 60% em três anos – o comércio digital está prestes a explodir, levando as compras literalmente às mãos de muitos consumidores. “Para alguns varejistas, a mobilidade já é um fator importante. As tecnologias móveis estão cada vez mais influenciando cada fase da jornada de compra do consumidor – de promoções personalizadas solicitadas pela segmentação geográfica à pesquisa e checagem de preços dentro da loja, bem como opções de pagamento que oferecem alternativas para evitar a fila”, destaca o estudo da McKinsey. Evento sobre massificados. O panorama atual e futuro do mercado de massificados serão debatidos no 1º Encontro Brasileiro Anual de Seguros Massificados, nos dias 12 a 15 de maio, no hotel Tivoli – Mofarrej, em São Paulo, sob a promoção da Hanson Wade. Mais informações pelo telefone +1 212 537 5898 ou e-mail:info@hansonwade.com. www.sindsegsp.org.br
Fonte: AIDA