Novas oportunidades podem aparecer com a abertura do mercado de resseguros e com a criação
O seguro de vida está longe de ter a penetração de mercado no Brasil que ele atinge em outros países desenvolvidos ao redor do mundo. Somente no Japão, estima-se que cada indivíduo possua cerca de três apólices deste seguro.
O crescimento da carteira de seguro de vida começou com a estabilidade econômica, que permitiu à população o planejamento de longo prazo. O desenvolvimento econômico também trouxe outros benefícios para a carteira, como os seguros prestamistas, que pegaram carona na ampliação da oferta do crédito, e os seguros para pequenas e médias empresas, que passaram a contar com mais colaboradores com carteira assinada.
O Brasil ainda está longe de atingir uma marca tão expressiva, porém acredita-se que os seguros de pessoas devam crescer mais de 100% nos próximos dez anos, acompanhando o desenvolvimento do mercado como um todo. O seguro de vida, por exemplo, é visto como fator de estímulo à inclusão social, principalmente se for distribuído para a população de baixa renda, através dos microsseguros. Por outro lado, a abertura do mercado de resseguro traz a possibilidade ao mercado de criar produtos mais customizados para um público que deseja coberturas mais robustas.
A conta básica que o corretor deve apresentar ao cliente é de quanto dinheiro seus beneficiários necessitam até conseguirem manter-se após a perda do provedor. Nos seguros coletivos, esta conta costuma ser de 24 vezes o valor da renda mensal do segurado. Na medida em que as pessoas envelhecem e que diminuem as obrigações com seus dependentes, é necessário pensar mais na aposentadoria do que no seguro de vida, explica Paulo Umeki, diretor de produtos da Liberty.
A comercialização de qualquer produto depende muito do conhecimento que o corretor possui tanto do produto quanto do seu cliente.
Na Liberty, para a classe mais baixa existem os produtos que oferecem apenas as coberturas tradicionais, com capital segurado de até R$ 50 mil, e serviço de assistência funeral e fornecimento de cesta básica. Umeki acredita que o futuro do mercado de seguros de vida pode estar na criação de produtos específicos para alguns nichos, como os ligados a sindicatos e entidades de classe. Na empresa, os produtos de vida representam cerca de 10% do mix de carteira, mas cresce em ritmo acelerado, com taxa de 30% ao ano em 2007.
Nesta linha de produtos coletivos, a Chubb optou por oferecer aos departamentos de RH das empresas contratantes serviços adicionais. Por exemplo, damos palestras sobre direção defensiva, tabagismo, organização de tempo etc, temas capazes de melhorar a qualidade de vida dos colaboradores das empresas, comenta Francisco Toledo, executivo da área de seguros de vida da companhia.
A segmentação de produtos está avançando. A Real Tokio Marine criou uma linha de produtos que contempla, por exemplo, os gêneros feminino e masculino. Eles são customizados e possuem coberturas específicas para doenças graves: câncer de mama e de colo de útero, para a mulher, e de próstata, para o homem, revela Sidney Fameili, diretor de vida e previdência da empresa. Para os clientes com maior poder aquisitivo, a seguradora oferece um produto com cobertura Schengen, uma assistência a viagem que garante atendimento médico-hospitalar com teto de 30 mil euros. Esta cobertura atende às novas exigências da União Européia, adianta Famelli.
Alterações na legislação Há quase dois anos, entraram em vigor algumas alterações que modificaram completamente o perfil do seguro de vida.
Fonte: DCI OnLine