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No STJ, só seis mulheres entre 33 ministros

O cartaz da campanha “Menos rótulos mais respeito” é emoldurado por expressões do tipo “bonita demais para ser inteligente”, “histérica”, “bonitinha, mas burra”, “deve ser a TPM”. A procuradora de Goiás Poliana Julião sofreu esse tipo de constrangimento quando era promotora de Justiça em Tocantins.

— Nesse período tive alguns dissabores na vivência profissional. A beleza era sempre invocada como se fosse incompatível com sua capacidade profissional. Escutei coisas como “você deveria ser modelo e não estar num tribunal”. O mérito nunca é conquistado pela sua capacidade profissional.

Ela conta que fez uma sustentação oral num processo difícil em segunda instância e conseguiu reverter a situação em favor do estado:

— Foi quando um colega me falou que eu ganhei porque o desembargador me achou bonita. Outro falou que eu tinha conseguido o cargo porque tinha prova oral no fim do concurso. Como se defender de uma ofensa dessa?

O problema na Justiça, segundo Poliana, é quando as indicações determinam a ascensão na carreira. E isso fica claro ao olhar os números.

Entre os 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que são indicados pelo presidente da República, há somente duas mulheres. No Superior Tribunal de Justiça (STJ), dos 33 ministros, seis são mulheres. No Tribunal Superior do Trabalho (TST), há seis mulheres entre os 27 ministros.

— Por isso, decidimos partir em busca de estratégias para sensibilizar a sociedade sobre a discriminação envolvendo gênero — afirma Poliana.

Fonte: O Globo

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