Negócios no exterior sobem 297%
Análise da Terra Brasis Re, sobre os números da Superintendência de Seguros Privados (Susep), mostram que as resseguradoras locais avan- çam no mercado internacional, embora os negócios sejam ainda incipientes. No primeiro semestre do ano, na aceitação de riscos estrangeiros, as resseguradoras brasileiras deram salto de 297%, ao faturarem R$ 192,4 milhões, contra R$ 48,5 milhões em igual período do ano anterior.
Para os analistas da Terra Brasis, tal crescimento “evidencia a estratégia de internacionalização” de algumas companhias.
Os dados da Susep indicam que, de fato, são poucas as resseguradoras locais – apenas três de um total de 16, a grande maioria estrangeiras -, que efetivaram operações com o exterior. O predomínio é do IRB Brasil, respondendo por 81,8% da receita captada fora do País no primeiro semestre do ano. Na sequência vieram Scor Brasil (18,1%) e Terra Brasis (0,1%).
A análise da Terra Brasis revela ainda que a receita de resseguro cedida pelas seguradoras brasileiras às resseguradoras locais atingiu R$ 4,410 bilhões, aumento de 3,7% sobre os R$ 4,250 bilhões captados com os prêmios cedidos nos seis meses iniciais do exercí- cio anterior, quando a mesma receita crescera 21% sobre junho de 2013, considerando os dados da Susep.
O destaque no primeiro semestre do ano foi o IRB Brasil Re, cujo faturamento de prê- mios emitidos, da ordem de R$ 1,760 bilhão, ficou 81% acima da captação observada de janeiro a junho do ano passado.
As demais resseguradoras locais, cuja receita emitida somou R$ 1,563 bilhão, apresentaram crescimento perto de 24%, enquanto o volume de resseguro cedido diretamente a resseguradoras estrangeiras caiu 57%.
Sinistros avançam Segundo o levantamento da Terra Brasis, no primeiro semestre do ano, a sinistralidade do conjunto das resseguradoras locais alcançou a marca de 85%, percentual que sobe para 123% se forem excluídos os números do IRB Brasil Re. No ano passado, de janeiro a junho, a sinistralidade estava em 60% (ou 70%, excluindo o IRB). “Isso demonstra uma piora significativa”, alerta o estudo.
O relatório aponta ainda que o índice combinado das resseguradoras locais encerrou o primeiro semestre em 101%, o que significa que as despesas superaram a receita em 1%. Até junho do exercício anterior, tal índice ficara em 95%, com a receita ficando 5% acima dos gastos.
De acordo com os analistas da Terra Re, esse dado é “bastante preocupante”, pois é beneficiado pelos resultados positivos obtidos nas retrocessões de várias companhias, “que não deve ser sustentável a longo prazo.
Fonte: Jornal do Commercio